Pesquisadores
da UFRJ avançam na luta contra leucemia
Pesquisadores do Núcleo Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN)
da UFRJ anunciaram em artigo inédito, aceito pela revista
Journal of Brazilian Chemical Society, a síntese em laboratório
de uma molécula extraída das flores da planta norte-americana
Petalostemon purpureu. A substância foi ativa em linhagens
de células de leucemia resistentes a tratamentos com múltiplas
drogas. O grupo de pesquisadores é coordenado pelo prof.
Paulo Roberto Costa, com participação do prof. Alcides
José Monteiro, do doutorando Chaquip Daher e do prof. Ayres
Guimarães Dias (UERJ). Eles também são membros
do Programa de Oncobiologia, que congrega diferentes abordagens
para o tratamento de câncer.
A resistência a múltiplas drogas é um grande
obstáculo na terapia anticâncer, sendo um fenômeno
multifatorial, caracterizado pela habilidade de células cancerígenas
não responderem a diferentes agentes quimioterápicos.
De acordo com o coordenador da pesquisa, prof. Paulo Roberto Costa,
muitas moléculas são avaliadas como anticancerígenas,
mas o grande avanço está em descobrir moléculas
ativas em células cancerígenas resistentes. O professor
explica que a leucemia resistente é difícil de ser
tratada. Se a droga produzida a partir das moléculas sintetizadas
em laboratório passar nas fases preliminares de estudos e
testes em camundongos, ela poderá ter seus efeitos estudados
em humanos. Futuramente ainda é provável que se possa
obter medicamentos para serem comercializados.
Há cerca de dez anos, pesquisadores do mundo todo conhecem
os efeitos benéficos do extrato das flores da planta norte-americana
Petalostemon purpureu, usada como cicatrizante e com ação
de inibir crescimento de células. Porém, nenhum grupo,
até a conquista dos pesquisadores da UFRJ, havia conseguido
reproduzir em laboratório a estrutura da molécula.
O prof. Paulo Roberto explica que seu trabalho é sintetizar
moléculas novas a partir de indicações da cultura
popular. A síntese em laboratório usa matérias-primas
comerciais e as combinam (síntese orgânica) até
chegar a uma molécula com estrutura idêntica à
natural e também a estruturas diferentes, inventadas a partir
da natural. O grupo de pesquisadores tem o mérito de ter
observado o efeito ativo da molécula contra células
de leucemia e ter preparado outros derivados da estrutura.
O Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais foi o primeiro
a estudar produtos naturais no Brasil e é uma instituição
de pós-graduação estabilizada há 35
anos, com importantes pesquisas voltadas, principalmente, para a
utilização de produtos naturais nas suas diversas
possibilidades.
A elaboração de substâncias ativas desse tipo
é condição indispensável para a triagem
de novas drogas anticancerígenas. Ainda é importante
destacar que a substância sintetizada pelos pesquisadores
da UFRJ possui baixa toxidade para células sadias, tornando-a
muito promissora para realização de estudos em in
vivo, que envolvem também pesquisadores do Departamento de
Radiologia, do Hospital Universitário da UFRJ.
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