Parceria
entre UFRJ e MST continua
A
UFRJ, através da Pró-Reitoria de Extensão e
do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, em parceria com
a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) deu início a
segunda etapa do Curso de Teorias Sociais e Produção
do Conhecimento, que tem a duração de dois anos. Estiveram
presentes Eleomar Cezimbra, coordenador do Centro de Formação
do MST no Paraná, prof. Marcos França, pró-reitor
de Extensão da UFRJ, o prefeito da Universidade, Hélio
de Mattos, a vice-decana do CCMN, prof. Josilda Moura, a prof. Suely
Almeida, decana do CFCH e, representando o reitor Aloísio
Teixeira, o prof. José Meyer, pró-reitor de Graduação.
Participam do curso militantes de grupos sociais como o Movimento
dos Sem-Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),
Pastoral da Juventude de Pernambuco e Movimento dos Sem-Teto de
São Paulo. O objetivo é qualificar os dirigentes desses
movimentos e, conseqüentemente, desenvolver a capacidade de
elaboração de suas estratégias políticas.
A UFRJ transpõe a barreira existente entre a produção
de conhecimento da academia e a atuação dos movimentos
sociais através desse curso. Segundo Maria Lídia,
coordenadora de Extensão do CFCH, o conteúdo do curso
é elaborado a partir da demanda apresentada pelo Setor de
Formação Pedagógica do MST, e ao disponibilizar
o conhecimento produzido pela academia, a Universidade cumpre seu
papel social. A expectativa é que, ao final do curso, os
trabalhadores consigam assimilar o conteúdo, refinar a discussão
teórica e, então, formular suas estratégias
e diretrizes políticas. A professora Selene Maia destaca
o avanço conseguido a partir da articulação
entre os setores de ensino, pesquisa e extensão da Universidade.
A Coordenação Política Pedagógica do
curso é elaborada em conjunto pelos professores Marildo Menegat
e Maria Lídia, do CFCH, e do Setor de Formação
do MST. A infra-estrutura é de responsabilidade da Pró-Reitoria
de Extensão. Os alunos do curso ficarão alojados na
Escola de Educação Física e Desportos (EEFD)
da UFRJ, espaço cedido pelo diretor Alexandre de Mello. O
diretor do setor de Transportes, João Francisco, disponibilizou
veículos para a condução de professores e deslocamento
dos militantes. O Comando Local de Greve do Sintufrj mantém
o prédio do CCMN em funcionamento por entender a importância
da parceria entre a UFRJ e a Escola Nacional Florestan Fernandes.
Colaboram com o curso, o Núcleo de Computação
Eletrônica, o Hospital Universitário, que fornecerá
a alimentação dos participantes do curso, a decania
do CCMN, onde serão realizadas as aulas, além do Gabinete
da Reitoria, a Fundação José Bonifácio
e a SG-6, que contribuíram financeiramente com o evento.
O MST possui convênio com mais de 50 universidades em todo
o país, através de cursos de graduação,
pós-graduação e extensão nas áreas
de Pedagogia, Sociologia, História, Agronomia e Engenharia
Química. A UFRJ desenvolve o curso na área da Filosofia
e pretende “formar militantes e educadores dos movimentos
sociais capazes de produzir conhecimento a partir de uma perspectiva
dialética. Ou seja, produzir conhecimento desde que vinculado
à realidade brasileira”, disse Roberta Lobo, do Setor
de Formação do MST e doutoranda em Educação
pela Universidade Federal Fluminense.
Para Eleomar Cezimbra, o MST é reconhecido internacionalmente
e por isso enfrentará desafios cada vez maiores. O Curso
de Teorias Sociais e Produção do Conhecimento é
importante pois permite ao movimento ter quadro politicamente preparado
para discutir questões estratégicas focalizadas na
mudança social. “O capitalismo não é
o modelo que defendemos. A globalização tem aumentado
a exclusão social, que expõe pessoas à fome
e à miséria. Outra conseqüência grave desse
sistema é a devastação ambiental. Nós
queremos aprofundar esse debate, as teorias de esquerda e outras
linhas pensamento, pois precisamos qualificar o nosso quadro, até
porque seremos questionados”, observa o coordenador do Centro
de Formação do MST. Para Geraldo Gasparin, do MST-RS,
o curso permitirá aos militantes “construir o conhecimento
a partir da nossa realidade, para responder as demandas da nossa
realidade”.
Serão 15 dias de aulas com aproximadamente dez horas de atividades
diárias. O prefeito Hélio de Mattos destacou a importância
dessa parceria para a Universidade e para o MST, e louvou a iniciativa
do movimento em buscar a qualificação de seu quadro
com o objetivo de avançar nas conquistas sociais a que se
pretende. Atualmente, no Paraná estão assentadas o
maior número de famílias do MST, que enfrenta, além
de preconceitos, milícias armadas patrocinadas por fazendeiros.
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