Olho no Olho

 
09.09.2003  
   

Mudanças no Provão

As possíveis mudanças na avaliação do ensino superior pelo Ministério da Educação é o assunto que vamos discutir esta semana. A partir de 2004 as universidades seriam avaliadas não só pelas comissões do MEC, mas também por alunos, ex-alunos, funcionários, empresas ligadas à instituição e representantes da sociedade civil. Convidamos o diretor adjunto de graduação do Instituto de Economia, Carlos Frederico Rocha, e o diretor da Escola de Comunicação (ECO), José Argolo, para opinarem sobre a questão. São realidades distintas: Economia sempre teve conceito A nas avaliações. Na ECO, já houve boicote ao Provão e atualmente o conceito do curso de jornalismo é B.

 
           

Carlos Frederico Rocha

O professor Carlos Frederico Rocha é a favor do Provão. Para ele, a prova é um bom instru-mento de ava-liação pública e é elaborada por representantes do meio acadêmico. Os resultados da avaliação fornecem sinais adequados para quem deseja ingressar na carreira de econo-mista. Porém, o professor considera que a avaliação poderia ser mais completa. Não basta apenas aplicar a prova em si. É preciso levar em conta as condições de oferta das faculdades. Segundo Rocha, isso aconteceu apenas na primeira edição do Provão, em 1998. O diretor acrescenta que essa avaliação sofre pressões políticas e seus dados são alterados por mantenedores de faculdades particulares. Quanto à participação de ex-alunos na avaliação, o professor coloca um problema: “as avaliações pessoais levarão em conta realidades e contextos diferentes. O que era ruim em 1999 pode ser ótimo em 2003”. O professor acredita que qualquer alteração é sujeita a ruídos, incertezas e pressões políticas, e que embora mudanças sejam necessárias, é preciso manter a estabilidade.

 

José Argolo

O professor José Argolo, dire-tor da ECO, também é a favor do Provão. Ele acredita que a prova é a maneira de se comprovar a eficácia da faculdade. É o local onde os alunos de excelente nível podem mostrar o coeficiente de aprendizado do curso. Argolo pondera que quanto mais se possa aprimorar a avaliação, melhor, mas é preciso ter cuidado e estudar mais as reformas que estão sendo pro-postas. Ele também acha que um aluno de 2000 está inserido em um contexto diferente do aluno de 2002. Quando perguntado se a ECO recebe verbas sufi-cientes do MEC para melhorar as condi-ções de oferta da Escola, o diretor diz que a direção está perma-nentemente tentando apoio das sub-reitorias e órgãos de assis-tência às unidades. Quanto ao boicote que aconteceu na ECO em 2000 e 2001 e que rendeu ao curso de jorna-lismo o conceito E, o professor acredita que é preciso percepção por parte dos alunos, pois o baixo conceito favorece às instituições privadas. O diretor afirma que o conceito E não diminui o valor do diploma. Apenas cria um problema para a Escola.

           
 

[ Veja as entrevistas na íntegra no PAINEL DE ARGUMENTOS ]

 

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