Mudanças
no Provão
As possíveis mudanças na avaliação do
ensino superior pelo Ministério da Educação
é o assunto que vamos discutir esta semana. A partir de 2004
as universidades seriam avaliadas não só pelas comissões
do MEC, mas também por alunos, ex-alunos, funcionários,
empresas ligadas à instituição e representantes
da sociedade civil. Convidamos o diretor adjunto de graduação
do Instituto de Economia, Carlos Frederico Rocha, e o diretor da
Escola de Comunicação (ECO), José Argolo, para
opinarem sobre a questão. São realidades distintas:
Economia sempre teve conceito A nas avaliações. Na
ECO, já houve boicote ao Provão e atualmente o conceito
do curso de jornalismo é B.
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Carlos
Frederico Rocha
O professor Carlos Frederico Rocha é a favor do Provão.
Para ele, a prova é um bom instru-mento de ava-liação
pública e é elaborada por representantes do
meio acadêmico. Os resultados da avaliação
fornecem sinais adequados para quem deseja ingressar na
carreira de econo-mista. Porém, o professor considera
que a avaliação poderia ser mais completa.
Não basta apenas aplicar a prova em si. É
preciso levar em conta as condições de oferta
das faculdades. Segundo Rocha, isso aconteceu apenas na
primeira edição do Provão, em 1998.
O diretor acrescenta que essa avaliação sofre
pressões políticas e seus dados são
alterados por mantenedores de faculdades particulares. Quanto
à participação de ex-alunos na avaliação,
o professor coloca um problema: “as avaliações
pessoais levarão em conta realidades e contextos
diferentes. O que era ruim em 1999 pode ser ótimo
em 2003”. O professor acredita que qualquer alteração
é sujeita a ruídos, incertezas e pressões
políticas, e que embora mudanças sejam necessárias,
é preciso manter a estabilidade.
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José
Argolo
O
professor José Argolo, dire-tor da ECO, também
é a favor do Provão. Ele acredita que a prova
é a maneira de se comprovar a eficácia da faculdade.
É o local onde os alunos de excelente nível
podem mostrar o coeficiente de aprendizado do curso. Argolo
pondera que quanto mais se possa aprimorar a avaliação,
melhor, mas é preciso ter cuidado e estudar mais as
reformas que estão sendo pro-postas. Ele também
acha que um aluno de 2000 está inserido em um contexto
diferente do aluno de 2002. Quando perguntado se a ECO recebe
verbas sufi-cientes do MEC para melhorar as condi-ções
de oferta da Escola, o diretor diz que a direção
está perma-nentemente tentando apoio das sub-reitorias
e órgãos de assis-tência às unidades.
Quanto ao boicote que aconteceu na ECO em 2000 e 2001 e que
rendeu ao curso de jorna-lismo o conceito E, o professor acredita
que é preciso percepção por parte dos
alunos, pois o baixo conceito favorece às instituições
privadas. O diretor afirma que o conceito E não diminui
o valor do diploma. Apenas cria um problema para a Escola. |
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