Olho no Olho

 
27.01.2004  
   

A popularização da ciência

A ciência sempre foi mistificada. As vastas áreas de conhecimento e cultura que ela oferece são pouco aproveitadas por causa da barreira que existe entre a ciência e o caráter humano. Está na hora de o assunto “ciência” deixar de ser considerado “papo futurista e lunático”, e ser divulgado para a população. Isso é o que querem a equipe técnica da Casa da Ciência e o diretor do Instituto de Química da UFRJ, professor Angelo da Cunha Pinto.

 
   

Ângelo da Cunha Pinto
Diretor do Instituto de Química

Para uma po-pulação acos-tumada a as-sistir “O Fan-tástico” da Rede Globo de Televisão, o desfile da Uni-dos da Tijuca será uma aula de ciência para muitos dos que estarão nos camarotes e nas arquibancadas do Sambódromo. É preciso se contrapor a essa visão deturpada do que é ciência, desmistificar a figura do cientista que, para muitos brasileiros, ainda é a do físico Albert Einstein com a língua para fora e cabelos desalinhados. Nesse sentido, a exaltação à ciência na passarela do samba é uma forma inteligente de divulgação científica.
A idéia de que ciência só serve para fazer armas de destruição em massa permanece no inconsciente coletivo da população, que ainda não superou o trauma da bomba atômica jogada sobre o Japão durante a segunda guerra mundial. Se a imagem da ciência é ruim, isto se deve em grande parte aos próprios cientistas, que estão mais preocupados com os indicadores de ciência e tecnologia, para obter financiamento para suas pesquisas, do que propriamente popularizar a ciência através de seus grandes feitos para a humanidade.

 
 

Equipe Técnica
Casa da Ciência

A Casa da Ciência tem se caracterizado co-mo um espaço de experimentação em popularização da ciência, reali-zando eventos e atividades com diferentes linguagens.
A aproximação com o carnaval surgiu em 2003, quando a Casa, em parceria com o Projeto Portinari e o Grêmio Recreativo Escola de Samba Paraíso do Tuiuti, contou uma história diferente: Portinari nos ateliês do samba, exposição que mostrou parte importante do processo que acontece antes da avenida. Desse encontro, nasceu a parceria com o carnavalesco Paulo Barros, que contou com a equipe da Casa na elaboração de um enredo que une arte e ciência, para o carnaval de 2004. O enredo “O Sonho da Criação e A Criação do Sonho: A Arte da Ciência no Tempo do Impossível” apresenta uma inusitada viagem, que percorre passado, presente e futuro, mostrando os sonhos e a criação dos sonhos que fizeram, fazem e farão a arte de transformar o impossível em ciência.
Grandes descobertas da ciência e inventos que mudaram a história e hoje fazem parte do nosso cotidiano vão entrar na Passarela do Samba, no desfile da Unidos da Tijuca, para que o público descubra que ciência também se faz com fantasia, sonho e arte.

 

 
 


 [ Leia na íntegra a entrevista com o professor Ângelo da Cunha Pinto no PAINEL DE ARGUMENTOS ]

 

 

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