É
de grão em grão...
As universidades públicas sofrem um processo de sucateamento
gerado pelo corte cada vez maior de recursos e incentivo da própria
União. Ainda sim, o ensino superior público é
responsável por grande parte da pesquisa científica
nacional. O pro-reitor de Finanças e Patrimônio da
UFRJ, Joel Teodósio e o diretor da Faculdade de Medicina,
Almir Valadares discutem a política de distribuição
de verba dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro. |
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Almir
Fraga Valladares
Diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ
“O
problema de falta de verbas tem sido resolvido coletivamente
aqui no CCS. Ou seja, a infraestrutura das diversas unidades
de saúde da UFRJ são utilizadas por todos
os alunos e docentes da área. Desse modo, alunos
de medicina usufruem das salas do Hospital Univer-sitário
e de outras unidades e vice versa. Temos braços da
medicina na biologia e na enfer-magem, por exemplo. É
desse modo que 442 docentes e quase 1800 alunos conseguem
estrutura para con-tinuar o curso, apesar dos poucos recursos
que precisam de gerência firme e de prioridades. Temos
uma parceria com o HU em que nós prestamos serviços
de atendimento hospitalar e eles fornecem material e espaço
físico para o desenvolvimento de pesquisas e ensino.
Apesar desse ganho, existem outros problemas como a diminuição
do nosso quadro de funcionários. Não temos
recursos para contratação e alguns cursos
como fonoaudiologia e fisioterapia não possuem servidores
ou técnicos administrativos. Como verba oficial recebemos
5 mil reais mensais da reitoria para gastos mais imediatos
como compra de equipamentos e materiais. A faculdade de
medicina não conta apenas com a verba da Universidade,
ela tem recursos de projetos, de parcerias e outros programas,
mas isso não deve desviar a atenção
de que a União tem que custear o ensino nesse país.
No caso da medicina, estamos desamparados tanto no que diz
respeito à educação e quanto ao apoio
à área da saúde.”
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Joel
Regueira Teodósio
Pro-reitor de Finanças e Patrimônio
Está
no programa da reitoria fazer com que o orçamento
e a distri-buição de recursos seja parti-cipativa.
Isso não se trata apenas de um chavão e
a gente tem consciência de que existem algumas unidades
com alto potencial de arrecadação de recursos
e outras com menor potencial. O que tem sido feito até
hoje foi uma divisão totalmente arbitrária
sem um critério discutível e institu-cionalizado.
E nós não concordamos, a princípio,
na divisão igualitária de verbas, pois não
podemos tratar desiguais igualmente. Através de
um levantamento, feito em agosto, de todas as neces-sidades
mais urgentes da Univer-sidade pudemos elaborar um plano
emergencial. Cada fa-culdade, cada instituto, cada decania
mandou suas nece-ssidades para o ano de 2003 que também
pegam o início de 2004. A princípio, estamos
distribuindo esses recursos entre as faculdades. O que
pretendemos é que a partir de 2004, cada unidade
faça a sua previsão orçamentária,
para haver har-monia entre as necessidades existentes,
com que cada um dispõe e com cada item do orçamento.
Já tivemos uma boa resposta do MEC, que liberou
a verba pretendida para o plano de emergência. Paulatinamente
as unidades vão se adaptando a como orçar
e como gastar, tudo isso é um processo.
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