A internet é um veículo excludente?
As
novas tecnologias sempre seduziram muitas pessoas, a maior parte
delas refém de uma sociedade tecno-científica que
vem produzindo “progresso” sem sequer discutir as contrapartidas
destas novidades. Neste fluxo de inovações, a internet
foi durante muito tempo a esperança de uma prática
renovadora, que rompesse as barreiras comumente encontradas em outros
meios. Havia uma crença de que os homens definitivamente
poderiam alcançar o inimaginável. Atualmente, novos
desafios se colocam e faz-se necessário repensar algumas
questões antigas em conjunto com outras mais recentes que
se impõem. O professor Geraldo Nunes, da Escola de Comunicação
da UFRJ, discute a questão da rede digital ser um veículo
de exclusão ou inclusão do brasileiro. Para ele, há
a necessidade de uma análise por dois viéses: o primeiro
trata da natureza do meio, que por características intrínsecas
a sua tecnologia, pode ser considerado uma invenção
potencialmente positiva, pois, permite uma alta interatividade entre
os usuários. Além de incorporar educação
e cultura, também permite um controle social mais efetivo
por parte da sociedade civil. Entretanto, a exclusão se daria
pela falta de predisposição cultural, onde as pessoas
ainda precisariam ser sensibilizadas dos ganhos reais deste meio.
Na perspectiva do professor Geraldo, o cenário brasileiro
atual é resultado de uma péssima estratégia
- a rede de cabos instalada no Brasil teria superado a necessidade
efetiva de utilização, contudo, teria-se investido
pouco em termos de uma política cultural. Centrar a discussão
na política cultural possibilitaria difundir a utilização
da internet de forma massiva e criar uma postura crítica
de utilização do meio. Geraldo destaca ainda a relevância
atual do conceito “inclusão digital”, já
que durante muito tempo os menos favorecidos nem sequer eram lembrados.
Geraldo
Nunes
Professor Adjunto da ECO
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