Ministro
interino da Educação diz que recursos destinados às
universidades são insuficientes
O ministro interino da Educação, Fernando Haddad,
admitiu nesta segunda-feira que os recursos previstos para o custeio
das instituições federais de ensino superior, em 2004,
estão aquém do necessário. A escassez de dinheiro
obrigará as universidades a buscar outras fontes de recursos,
disse Haddad.
- Entendemos que o orçamento de 2004 é insuficiente
para que as instituições cheguem ao final do ano sem
acumular novas dívidas. A bola está conosco e teremos
que estender a mão - afirmou o ministro durante a solenidade
de posse do reitor da Universidade Federal de Lavras (MG), professor
Antônio Nazareno.
Atualmente, as 54 universidades federais do país possuem
cerca de R$ 654 milhões para despesas com pessoal, manutenção
de equipamentos e laboratórios. Desse total, R$ 54 milhões
fazem parte de uma emenda articulada pela Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino Superior (Andifes) com parlamentares, para aliviar as
contas das universidades.
Haddad disse, ainda, que o MEC precisa resolver a crise para garantir
a realização das medidas propostas pela Reforma Universitária,
que será entregue ao Congresso Nacional em novembro. Segundo
Haddad, a situação crítica é a da Escola
Paulista de Medicina, pertencente à Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp), e a da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), a maior do Brasil. De acordo com o ministro,
a certificação dos Hospitais Universitários,
recém regulamentada pelo MEC, poderá pôr fim
à falta de verbas, mas o problema enfrentado pela UFRJ ainda
requer atenção.
- Os dois problemas terão tratamentos diferenciados, embora
todo sistema apresente dificuldades em fechar suas contas, como
tem acontecido nos últimos anos. Em 2004, começamos
a reverter isso e, em 2005, espero que a realidade seja outra -
disse ele.
No pronunciamento, realizado para um pequeno grupo de reitores e
professores que acompanhou a posse, Haddad se mostrou preocupado
com o desconhecimento, por parte da sociedade, sobre a produção
universitária. Segundo ele, um dos objetivos do MEC é
mostrar com mais clareza para a opinião pública os
resultados obtidos pela comunidade acadêmica.
Agência
Globo
Rio de Janeiro, 31 de maio de 2004
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