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30.03.2004  
   

Niemeyer faz projeto para UFRJ

Caminhando com as limitações de um carioca que nasceu em 1907, ele olhou para o terreno e disse: “É uma área muito bonita”. Frase mais que suficiente para animar a todos os que cercavam o arquiteto Oscar Niemeyer, em sua visita ao campus do Fundão, no dia 23 de março. A convite do reitor Aloísio Teixeira, o autor de grandes obras em Brasília e de tantos outros monumentos espalhados mundo afora, irá projetar um centro de convivência na UFRJ, que pretende abrigar as 26 bibliotecas existentes no Fundão, auditório para eventos e espaço dedicado ao Diretório Central dos Estudantes.

Segundo Paula Mello, Coordenadora do SiBi – Sistema de Bibliotecas e Informações, o memorial que sustenta a idéia do projeto procura agregar o conjunto das bibliotecas. “Partimos do máximo, para depois ajustar o projeto as reais adesões das Unidades da UFRJ ao novo espaço na universidade”. Os dados impressionam: cerca de 26 mil pessoas circulam atualmente nestas 26 bibliotecas. Seus inscritos movimentam mais de 300 mil impressos por ano. São 22 mil metros quadrados de área construída, com 10 mil metros quadrados só em acervo, que conta com obras raras e grande quantidade de multimídias.
A obra seria instalada no coração do campus, área que fica na orla próxima da rótula central, nas imediações dos pontos de ônibus que dão acesso ao Centro de Tecnologia e ao Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, onde o fluxo de entrada e saída dos estudantes, professores e funcionários é intenso.

Oscar Niemeyer, ao comentar as dimensões do projeto afirmou:
“Realizo este projeto com muito prazer, especialmente porque a implantação da Cidade Universitária nesta ilha fez parte dos planos do Ministro de Educação do Governo de Getúlio Vargas, Gustavo Capanema, um homem de muita integridade e que pensava grande em termos de educação”.
O centro de convivência poderá incorporar também áreas dedicadas a serviços, afirmou a Prefeita da Cidade Universitária, Maria Ângela, que faz parte da equipe de trabalho da UFRJ, e tentando urbanizar o campus. “As pessoas que se dirigirem a biblioteca ou a eventos poderão encontrar alguns serviços, como cafeteria e outros, tornando o espaço mais acolhedor e aprazível”.
Niemeyer, em conversa com Aloísio Teixeira, relembrou o desafio que representou a edificação de Brasília : “Brasília foi uma aventura. O que teve de bom é que, apesar da pressa, tive a preocupação de fazer algo diferente. Porque arquitetura é invenção. Quem chega a Brasília gosta ou não dos palácios, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida”. Em seguida, acrescentou: “Aqui eu espero fazer também alguma coisa que tenha um pouco de surpresa”.
A prefeita Maria Ângela, ao fim do encontro, confidenciou: “Achei emocionante a visita de Oscar Niemeyer à UFRJ, pois sou arquiteta e tenho por ele muita admiração. Ele influenciou decisivamente a minha escolha pela profissional”.
No início de abril está prevista uma reunião entre a equipe do escritório do arquiteto Oscar Niemeyer e representantes da Universidade, para dar continuidade à elaboração do projeto.

 

 

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