Ponto de Vista

 
23.12.2003  
   

Combatendo o estresse

Uma ponte não pode ter pilares enfraquecidos nem deve carregar um peso maior que sua estrutura permite, caso contrário ela se parte. Com os seres humanos ocorre o mesmo: a sustentação é o conjunto de atividades as quais eles praticam, assim como os pilares representam a conjunção de exercício físico, relaxamento, alimentação saudável e bom estado psicológico. Se uma dessas partes não vai bem, o organismo da pessoa reage, com risco de ficar estressada.
A metáfora acima foi feita pelo médico austríaco Hans Selye, que realizou os primeiros estudos sobre o estresse, na década de 1920. A professora do Instituto de Psicologia, Lucia Novaes, serviu-se dela para explicar os males que o estresse vem causando em grande parte das pessoas. Em recente pesquisa na Praça Sans Peña, Lucia e nove alunos entrevistaram 324 pessoas que passavam no local, constatando que 74% estavam estressadas.
Segundo a professora, o estresse não é nem uma doença, tampouco um estado de espírito. “Ele é uma reação do organismo com componentes físicos, químicos psicológicos e mentais frente a uma série de situações que podem irritar, excitar, provocar medo ou até mesmo felicidade”, diz. “Se uma pessoa não tivesse o mínimo de estresse ela seria atropelada logo que saísse de casa”, completa. Esse tipo de estresse, chamado de alerta, é essencial. O problema ocorre quando essas reações ultrapassam os limites.
Conforme explicou Lucia, essa superação ocorre em três níveis: resistência, quase exaustão e exaustão. Na resistência, a pessoa está sensível, cansada, com a memória prejudicada, corpo dolorido e libido diminuída. Na quase exaustão, o indivíduo começa a ficar doente, com o início de hipertensão e problemas de pele. Finalmente, na exaustão o estresse propicia doenças como úlcera, infarto, além de causar aumento de pressão, insônia, pesadelo, mal humor e depressão.
Para combater o estresse, é necessário conhecer a fase em que a pessoa se encontra e eliminar as atividades que mais intensificam o problema, ou seja, diminuir o peso da ponte. Além disso, é preciso fortalecer seus pilares, com alimentação saudável, exercícios físicos, relaxamento e mente “em paz”.

 

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