Tudo
sob controle
Laboratório é referência em exames antidoping
Um
nome complicado, tetraidrogestrinona, ou THG, jogou luz sobre o
Ladetec. O Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico
do Instituto de Química da UFRJ é referência
internacional no controle antidopagem. Prova disso é a presteza
do laboratório para detectar a presença de THG no
sangue. Aguarda somente o envio da substância de referência
para iniciar a realização dos testes. O anabolizante
recém-descoberto, estopim de um megaescândalo no meio
esportivo americano, é apenas uma das pontas de atuação
do Ladetec. Na sala 512 do 5º andar do Centro de Tecnologia
da UFRJ, na Ilha do Fundão, é selado o destino de
atletas de variadas modalidades. A CBF, a Conmebol (Confederação
Sul-Americana de Futebol), o Comitê Olímpico Internacional
e o Comitê Olímpico Brasileiro são clientes
do Ladetec, responsável pelos exames antidoping em competições
como o Campeonato Brasileiro de Futebol e as Eliminatórias
Sul-Americanas da Copa do Mundo, a Superliga de Vôlei, além
de torneios organizados pelo COB e pelo COI. "Temos condições
de detectar mais de 500 substâncias diferentes", afirma
Francisco Radler, coordenador do Ladetec.
O laboratório, com setenta funcionários, mantém-se
com recursos próprios. Por ano são realizados em média
4.000 testes de doping, com faturamento de 1,1 milhão de
reais. Menos de 1% deles dá positivo. O principal cliente
é a CBF, responsável por quase 70% dos pedidos de
exame. O Ladetec começou a se especializar no controle antidopagem
na Copa América de 1989. Na época havia apenas um
cromatógrafo a gás acoplado ao espectrômetro
de massa, utilizado para identificar as substâncias proibidas.
Com os recursos gerados a partir de então, foram adquiridas
novas máquinas. Já há sete espectrômetros,
para identicar a presença de anabolizantes, estimulantes,
diuréticos, narcóticos e betabloqueadores. Nem jogadores
de sinuca escapam. Eles podem recorrer ao uso de betabloqueadores,
para diminuir a freqüência do batimento cardíaco
e aumentar a precisão na tacada. O grande desafio do Ladetec
são os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. "Precisamos
repor equipamentos e investir em novas técnicas de análise",
diz Radler.
Fabio Brisolla
Revista Veja Rio - Tecnologia
Publicado em 03 de dezembro, quarta-feira
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