Projeto
de Revitalização do Museu Nacional terá R$40
milhões da União
Planos incluem reforma de prédio, construção
de anexos e proteção do acervo
Depois
de renovadas promessas de revitalização, que nunca
se concretizaram, o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, o primeiro
do país, vai receber um investimento de R$40 milhões
da União. Os recursos serão utilizados em projetos
científicos, no acervo de quase 20 milhões de peças
de grande valor histórico e em melhorias no próprio
prédio, às voltas com goteiras e infiltrações,
para não falar dos cupins. O
projeto devolverá ao museu sua importância nacional
e preservará tesouros milenares como Hori, a múmia
egípcia de três mil anos; ossadas de animais pré-históricos,
como os mais antigos dinossauros brasileiros; e Luzia, o fóssil
humano mais antigo das Américas.
Número
de visitantes caiu de 700 mil para 300 mil por ano A
boa notícia enche de planos o diretor do Museu Nacional,
o paleontólogo Sérgio Alex Kugland de Azavedo. Nos
últimos tempos, o museu, pertencente à UFRJ é
o maior de história natural da América Latina, tem
sobrevivido a duras penas com minguados R$20 mil anuais para investimento
e manutenção. A arrecadação mensal da
bilheteria, mais ou menos no mesmo valor, é que mantém
precariamente as portas abertas. Tantas dificuldades fizeram com
que o número de visitantes caísse de 700 mil por ano
para cerca de 300 mil.
A idéia
é realocar as atividades científicas para anexos que
serão construídos na área externa do palácio.
Só para construir esses anexos, uma área de mais de
14 mil metros quadrados, serão destinadas R$20 milhões.
Outros R$20 milhões serão investidos na reforma total
do palácio, que tem cerca de 12 mil metros quadrados.
Ameaçado
pelo abandono, o próprio Palácio de São Cristóvão,
que abriga o museu, é um tesouro arquitetônico. Foi
residência da família real e imperial de 1808 a 1889.
No palácio, viveram dom João VI e dom Pedro I. Além
disso, ali nasceram dom Pedro II, dona Maria da Glória e
a princesa Isabel. É sede do Museu Nacional desde 1892.Amanhã,
os ministros da Educação, Cristovam Buarque, da Cultura,
Gilberto Gil, do Meio-Ambiente, Marina Silva, e do Turismo, Walfrido
Mares Guia, estarão no Rio, às 9h, no prédio
do Ministério da Cultura, no Centro, para assinar o convênio.Confiando
ser o início de uma nova fase para o museu, o diretor Sérgio
Azevedo planeja resolver não só problemas de ordem
material, mas também institucional e de pessoal. Com 250
funcionários, o Museu Nacional precisaria, por exemplo, ter
pelo menos o dobro de pessoal para dar novo fôlego às
pesquisas científicas e contar, como outras grandes instituições
do gênero no mundo, com guias para os visitantes:- Além
do acervo, há pesquisas de grande relevância sobre
dinossauros e na área de antropolgia social. Em toda importante
pesquisa no país há sempre um grupo do Museu Nacional
– diz o diretor.
Carla
Rocha
O Globo – Editoria Rio
Publicado dia 21 de outubro, terça-feira.
Últimas
Matérias
14.10.2003
Energia
e Balança Comercial
07.10.2003
Mais
gente disputa uma vaga na UFRJ este ano
30.09.2003
Município
recupera biblioteca do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais
|