De Olho na Mídia

 
21.10.2003  
   

Projeto de Revitalização do Museu Nacional terá R$40 milhões da União
Planos incluem reforma de prédio, construção de anexos e proteção do acervo

Depois de renovadas promessas de revitalização, que nunca se concretizaram, o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, o primeiro do país, vai receber um investimento de R$40 milhões da União. Os recursos serão utilizados em projetos científicos, no acervo de quase 20 milhões de peças de grande valor histórico e em melhorias no próprio prédio, às voltas com goteiras e infiltrações, para não falar dos cupins.
O projeto devolverá ao museu sua importância nacional e preservará tesouros milenares como Hori, a múmia egípcia de três mil anos; ossadas de animais pré-históricos, como os mais antigos dinossauros brasileiros; e Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas.

Número de visitantes caiu de 700 mil para 300 mil por ano
A boa notícia enche de planos o diretor do Museu Nacional, o paleontólogo Sérgio Alex Kugland de Azavedo. Nos últimos tempos, o museu, pertencente à UFRJ é o maior de história natural da América Latina, tem sobrevivido a duras penas com minguados R$20 mil anuais para investimento e manutenção. A arrecadação mensal da bilheteria, mais ou menos no mesmo valor, é que mantém precariamente as portas abertas. Tantas dificuldades fizeram com que o número de visitantes caísse de 700 mil por ano para cerca de 300 mil.
A idéia é realocar as atividades científicas para anexos que serão construídos na área externa do palácio. Só para construir esses anexos, uma área de mais de 14 mil metros quadrados, serão destinadas R$20 milhões. Outros R$20 milhões serão investidos na reforma total do palácio, que tem cerca de 12 mil metros quadrados.
Ameaçado pelo abandono, o próprio Palácio de São Cristóvão, que abriga o museu, é um tesouro arquitetônico. Foi residência da família real e imperial de 1808 a 1889. No palácio, viveram dom João VI e dom Pedro I. Além disso, ali nasceram dom Pedro II, dona Maria da Glória e a princesa Isabel. É sede do Museu Nacional desde 1892.Amanhã, os ministros da Educação, Cristovam Buarque, da Cultura, Gilberto Gil, do Meio-Ambiente, Marina Silva, e do Turismo, Walfrido Mares Guia, estarão no Rio, às 9h, no prédio do Ministério da Cultura, no Centro, para assinar o convênio.Confiando ser o início de uma nova fase para o museu, o diretor Sérgio Azevedo planeja resolver não só problemas de ordem material, mas também institucional e de pessoal. Com 250 funcionários, o Museu Nacional precisaria, por exemplo, ter pelo menos o dobro de pessoal para dar novo fôlego às pesquisas científicas e contar, como outras grandes instituições do gênero no mundo, com guias para os visitantes:- Além do acervo, há pesquisas de grande relevância sobre dinossauros e na área de antropolgia social. Em toda importante pesquisa no país há sempre um grupo do Museu Nacional – diz o diretor.

Carla Rocha
O Globo – Editoria Rio
Publicado dia 21 de outubro, terça-feira.

 

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