Salto em direção ao Pan de 2007
UFRJ oferece suas instalações ao COB para ser um celeiro de novos atletas

De olhos e coração abertos para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Sexta-feira, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aloísio Teixeira, apresentará ao presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador-Rio 2007 (CO-Rio), Carlos Arthur Nuzman, projeto para abrir as portas da instituição à competição. A idéia é oferecer a Escola de Educação Física e Desportos para treinamento e preparação de atletas que participarão das disputas. O programa prevê, ainda, construção de alojamentos e recuperação de quadras e piscinas.
A iniciativa da UFRJ vai além. O pró-reitor da universidade, Marco Antonio França Faria, diz que a instituição se tornará, também, um centro de treinamento para desportistas com dificuldades financeiras. “Queremos apoiar principalmente atletas com problemas em sua preparação. Na UFRJ, além de disponibilizar o espaço físico, eles terão acompanhamento de médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e profissionais do Laboratório de Fisiologia de Esforço”, garante Marco Antonio, acreditando que, com a chegada de parceiros no empreendimento, as obras no campus comecem ano que vem.
Dos oito blocos de alojamento que serão construídos inicialmente, dois receberão atletas. “Com apartamentos individuais, eles podem abrigar competidores uns dois anos antes do Pan-Americano. Por isso, a idéia do centro de treinamento. Eles residem e se preparam no mesmo local”, explica Marco. O modelo do alojamento que será usado pela UFRJ é o mesmo do projeto de moradia estudantil da Universidade Federal de Minas Gerais. São quatro andares e 64 quartos em cada bloco. Atualmente, há na instituição 504 unidades, divididas em dois blocos – um masculino e outro feminino.

Projeto revitalizará entorno da universidade
Diretor da Escola de Educação Física, Alexandre Moraes de Mello acredita que o projeto servirá como incentivo aos alunos na universidade, além de revitalizar o campus. “Todos acompanharão de perto o desenvolvimento de atletas de alto nível. Com certeza, haverá pesquisas esportivas na área, pois os estudantes vão colher dados diretamente com os desportistas”, prevê Alexandre.
Com o projeto, a UFRJ pretender participar efetivamente do Pan-Americano, unindo o útil ao agradável, já que todo o investimento no campus será desfrutado por estudantes após o fim da competição. “Isso será bom muito para o Rio. Os Jogos vão exigir da cidade uma demanda muito grande de locais para acolher os atletas. Vamos ver como o Nuzman encara essa iniciativa”, diz o reitor, Aloísio Teixeira.

Universidade tem atletas premiados
A Universidade Federal do Rio de Janeiro já provou que é pé-quente em competições esportivas, com o desempenho no Pan-Americano de Santo Domingo. Além de professores da instituição que fizeram parte das coordenações de equipes no Jogos, três das oito atletas do nado sincronizado que faturaram a medalha de bronze estudam na Escola de Educação Física: Roberta Fernandes, Ludmilla Coelho da Silva e Caroline Hildebrandt.
Confirmada para ser coordenadora técnica do nado sincronizado no Pan de 2007, Sônia Maria Christianes de Oliveira Hercowitz diz que há carência de áreas de treinamento no Rio. “Essa é uma iniciativa maravilhosa da UFRJ. Era preciso mesmo seguir exemplos de outros países que integram sua universidades ao esporte. Só o Brasil e nossos atletas têm a ganhar com isso”, afirma Sônia, que, além de professora da instituição, é também supervisora técnica do nado sincronizado da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.
Sônia prevê que novas promessas do esporte surgirão com o projeto. “Isso nada mais é do que um estímulo. Quando há investimentos na área, os bons retornos são inevitáveis. O País precisa se desenvolver no processo de preparação de eventos esportivos”, acredita a professora.

Pista de atletismo e quadras reformadas
A quadra poliesportiva: sem arquibancada, espaço servirá para treinos. Com o projeto da UFRJ, além da construção de alojamentos e reforma dos atuais dormitórios, haverá recuperação de todo complexo esportivo da Escola de Educação Física e Desportos. Futuramente, os estudantes vão comemorar e muito a recuperação da pista de atletismo, da quadra de handebol (a única com medidas oficiais), das três de vôlei em ginásio coberto, das oito quadras externas poliesportivas e das três de basquete, além dos dois ginásios de ginásticas artística e rítmica, do de lutas e do parque aquático – com uma piscina olímpica oficial de 50 metros, uma de treinamento de 25 metros e outra aquecida de 20 metros.
As obras não param por aí. Haverá também a construção de mais quatro vestiários próximos à pista de atletismo, de um grande salão de aquecimento e de uma área de serviços médicos. “A UFRJ servirá de exemplo para outras instituições”, acredita Alexandre Mello, diretor da Escola de Educação Física.

Viviane Barreto
O Dia - Editoria Geral
Publicado dia 14/09, domingo

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