De Olho na Mídia

 
12.08.2003  
   

Historiadora resgata tesouros de D. Pedro II

Espalhados em armários e cofres do Museu Nacional, 150 móveis e objetos do imperador virão finalmente a público em exposição inédita.
A historiadora Regina Dantas, do Museu Nacional, venceu uma batalha: 150 móveis e objetos do imperador D. Pedro II, guardados na sala da diretoria da instituição, poderão finalmente ser vistos pelo público. Ela está organizando uma exposição inédita para 2004 e pretende tornar disponível na internet um acervo digital com imagens de todos os objetos da família real e imperial, hoje espalhados em armários e cofres do museu.
"O Museu Nacional é tradicionalmente uma casa de biólogos e antropólogos. Só agora está começando a existir uma preocupação com a questão histórica. Há até teses de pesquisadores que desconhecem a existência dos primeiros acervos do Museu Real", declarou Regina, única historiadora da instituição, criada em 1818 e atualmente ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ela, será a primeira exibição pública dos móveis e objetos de D. Pedro II pertencentes ao museu.
Segundo Regina, a partir de janeiro será possível conhecer o acervo referente ao império por meio do site www.minerva.ufrj.br, que hoje funciona como base de dados bibliográficos da universidade. Quando terminar de catalogar os objetos, ela pedirá o tombamento de todas as obras ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Os objetos serão exibidos no Salão do Trono - que ostenta pinturas de 1861 representando o poder de Portugal -, onde o imperador realizava o ritual semanal do beija-mão. Entre as relíquias, há um vaso de prata dourada trazido do Museu Real de Lisboa por D. João VI em 1808, outro com uma pintura de D. Pedro II, um relógio-de-sol de mármore usado pelo imperador e uma torá em pele de carneiro com inscrições em hebraico que ele usava para estudos de lingüística.

Felipe Werneck
O Estado de São Paulo – Editoria Geral
Publicado em 6 de agosto, Quarta-feira

 

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