Historiadora
resgata tesouros de D. Pedro II
Espalhados
em armários e cofres do Museu Nacional, 150 móveis
e objetos do imperador virão finalmente a público
em exposição inédita.
A historiadora Regina Dantas, do Museu Nacional, venceu uma batalha:
150 móveis e objetos do imperador D. Pedro II, guardados
na sala da diretoria da instituição, poderão
finalmente ser vistos pelo público. Ela está organizando
uma exposição inédita para 2004 e pretende
tornar disponível na internet um acervo digital com imagens
de todos os objetos da família real e imperial, hoje espalhados
em armários e cofres do museu.
"O Museu Nacional é tradicionalmente uma casa de biólogos
e antropólogos. Só agora está começando
a existir uma preocupação com a questão histórica.
Há até teses de pesquisadores que desconhecem a existência
dos primeiros acervos do Museu Real", declarou Regina, única
historiadora da instituição, criada em 1818 e atualmente
ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo
ela, será a primeira exibição pública
dos móveis e objetos de D. Pedro II pertencentes ao museu.
Segundo Regina, a partir de janeiro será possível
conhecer o acervo referente ao império por meio do site www.minerva.ufrj.br,
que hoje funciona como base de dados bibliográficos da universidade.
Quando terminar de catalogar os objetos, ela pedirá o tombamento
de todas as obras ao Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (Iphan).
Os objetos serão exibidos no Salão do Trono - que
ostenta pinturas de 1861 representando o poder de Portugal -, onde
o imperador realizava o ritual semanal do beija-mão. Entre
as relíquias, há um vaso de prata dourada trazido
do Museu Real de Lisboa por D. João VI em 1808, outro com
uma pintura de D. Pedro II, um relógio-de-sol de mármore
usado pelo imperador e uma torá em pele de carneiro com inscrições
em hebraico que ele usava para estudos de lingüística.
Felipe
Werneck
O Estado de São Paulo – Editoria Geral
Publicado em 6 de agosto, Quarta-feira
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