Diretora
revela indignação com reportagem
“Na
última apresentação do Fantástico pela
TV Globo, dia 30/05 p.p., a Escola de Belas Artes foi cenário
da produção do programa que explorou, entre outros
aspectos do campus da UFRJ, a realidade de nosso ateliê de
Pintura, apontando suas inúmeras falhas. Fui informada por
telefone quando a matéria já estava finalizando e,
conseqüentemente, não pude acompanhar a exibição
concernente à EBA. Soube do conteúdo exibido, estranhando
o fato, pois não tive ciência de que haviam filmado
nas dependências da EBA e nada havia sido autorizado por esta
direção. Para evitar equívocos consultei o
chefe do departamento BAB, professor Aurélio Nery, para saber
se alguém havia lhe solicitado permissão para a realização
de tal matéria. Ante a negativa do professor dirijo-me à
V.Sª para esclarecer a permissão e refletir sobre o
episódio, que considero bem grave.
Para não ocorrer juízo equivocado gostaria de saber
se houve alguma autorização em esfera superior, o
que legitimaria o uso de nosso espaço. Caso não tenha
havido, devemos refletir sobre o que considero uma invasão
de nossos espaços. Em ocasiões anteriores já
atendemos a Rede Globo, bem como a Bandeirantes, TV Futura, TV Educativa
e outros meios de comunicação em que sempre fomos
solicitados a autorizar a reportagem, tendo ciência prévia
do que seria veiculado. Acredito na força dos meios de massa
e, se são positivos por um lado, por outro, podem causar
prejuízos graves. No caso da reportagem do Fantástico
me pergunto a quem interessaria o que foi apresentado? Sempre optei
por buscar no âmbito da própria universidade as soluções
para os problemas que enfrentamos e, quando, o assunto é
verba procuro nas pró-reitorias ou através de projetos
desenvolvidos por nossos professores, pois entendo que é
o procedimento correto para a captação de recursos.
Procuro apresentar na imagem midiática o que de positivo
temos e produzimos, pois é necessário que divulguemos
a qualidade da universidade pública. Aqui reside o meu temor.
A veiculação das imagens apresentadas cria um terror
público no momento anterior ao novo vestibular. O enfraquecimento
da universidade pública fortalece a universidade privada,
daí, novamente a minha pergunta: quem autorizou este tipo
de reportagem?
Ciente do interesse da atual reitoria e do CLA, particularmente,
que, como eu também deseja construir uma universidade mais
justa e democrática, onde o ensino e a pesquisa sejam fortalecidos
aguardo um pronunciamento de V.Sª pois tenho a intenção
de argüir os responsáveis pelo programa “O Fantástico”.
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