Com
Projeto e Projeção
Phellipe Marcel
As pesquisas universitárias são sempre bem acolhidas
e admiradas pela comunidade por serem produto de esforço,
criatividade e talento na área pretendida. Alunos de mestrado
e doutorado trabalham duro em suas teses e, na maioria dos casos,
são prestigiados. Muitos pesquisadores da UFRJ recebem prêmios
de várias instituições e têm seus trabalhos
exibidos em tantas outras, mas nem sempre os alunos da graduação
são reconhecidos e projetados da mesma maneira, mesmo tendo
projetos de equivalentes valor e trabalho e competência. Sabendo
disso, o Olhar Virtual entrevistou a aluna recém-formada
em Rádio e TV da Escola da Comunicação (ECO),
Maria Cecília Santiago e a professora da graduação
e da pós-graduação da mesma unidade, Ivana
Bentes.
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Maria
Cecília Santiago
O Projeto final da ex-aluna da ECO, um documentário,
participou recentemente da Mostra Informativa —
Foco e Inclusão Social, no CCBB, evento em
que outros projetos de estudantes da UFRJ também
estavam incluídos. "O documentário
reúne várias histórias pertencentes
a pessoas verdadeiras, corajosas e dispostas a revelar
um pouco sobre suas vidas. É um filme que envolve
questionamentos sobre a existência e a luta
contra as adversidades", é a sinopse que
o próprio CCBB apre-sentou sobre o filme. A
aluna escolheu pessoas de seu ciclo social, onze mulheres
de vidas próximas à sua e uma personagem
fictícia para a gravação. A autora
afirma que, há cerca de três anos, perdeu
seu irmão caçula, e que entende dos
sofrimentos e das vidas destas mulheres que entrevistou.
Ela entendeu que, com uma pequena equipe, as entrevistas
se deram de forma muito mais fácil graças
à intimidade que mantém com as mulheres
e com o clima mais acalorado das gravações.
Sobre a dificuldade que teve nas filmagens, Maria
Cecília afirma: “não tendo amigos
para ajudar com o filme, pois todos estavam ocupados
também com seus respectivos projetos finais,
tive que conhecer outras pessoas de períodos
anteriores, que me ajudaram muito”.
“Nas circunstâncias mais difíceis,
você aprende a improvisar. Foi uma experiência
muito boa para mim, quando você quer fazer alguma
coisa, você vai até o fim. Acho que fazer
um filme sempre muda alguma coisa em você de
uma forma um pouco mais forte”, diz Maria Cecília,
que pretende seguir a carreira na área de cinema.
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Professora
Ivana Bentes
“Eu
acho que realmente os trabalhos de graduação
são desvalorizados em detri-mento aos da pós-graduação.
Os projetos, tanto de mestrado e de dou-torado quanto
de graduação são a vitrine dos
alunos”. Ivana acredita que o circuito de vídeo
cresceu e que sua visibilidade também, o que
já é um passo em direção
ao aumento da produção e das oportunidades
aos alunos.
Ela também vê que uma das soluções
é o incentivo do governo e de outras insti-tuições
ao potencial dos alunos. “A Prefeitura do Rio
já caminha nesta direção com os
Cadernos de Comuni-cação. Muitos de nossos
alunos têm projetos publicados lá”.
Mas ela entende que a verdadeira saída para o
problema é a obrigatoriedade da publicação
de monografias para acesso on-line. Isso permitiria,
mesmo ao gra-duando, pesquisar bibliografias com mais
segurança e minúcia, além de garantir
mais originalidade à sua monografia verificando
como o tema foi defendido pelo outro pesquisador. Ivana
diz que esta já é uma decisão da
CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior) em relação
aos trabalhos de pós-graduação,
mas ela gostaria que se estendesse à graduação.
Outra vantagem da exposição virtual das
monografias é o aumento do público que
passaria a conhecê-las, uma real demo-cratização
de acesso, pois este poderia ser feito pelo computador,
e não apenas por meio de visitas a bibliotecas.
Uma das propostas de Ivana é que os professores
do próprio instituto onde o aluno está
se formando escolham um trabalho por semestre para publicação
impressa e distribuição, transformando-se
em livro. |
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