Gratuidade:
a polêmica chega aos tribunais
Será votada na próxima segunda-feira, no Órgão
Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a questão
do passe-livre em transportes coletivos intermunicipais (trens,
metrô, barcas, catamarãs e ônibus) no Estado
do Rio de Janeiro, até então, garantido pela Lei 3339/99,
de autoria do senador Sérgio Cabral e do deputado Carlos
Minc.
A Lei garante a gratuidade para estudantes da rede pública
estadual, municipal e federal (de 1o e 2o graus uniformizados, em
horário escolar e portando a carteira estudantil), maiores
de 65 anos e deficientes físicos.
Essa questão é um grande impasse. De um lado, e reinvidicando
seu capital e lucro, estão os donos das empresas de ônibus.
De outro, milhares de idosos, deficientes físicos, e estudantes
da rede pública, que lutam pelos seus direitos de ir e vir.
Para dar sua opinião sobre o assunto, o Olhar Virtual convidou
a Professora Adjunta de Sociologia, Gláucia Villas Boas,
do Departamento de Sociologia do IFCS/UFRJ. Segundo a socióloga,
a questão da gratuidade é muito importante para os
alunos da rede pública no sentido de garantir a própria
formação desses alunos, que sem o passe-livre, não
teriam que como chegar às suas instituições
de ensino. “As populações de baixa renda, que
geralmente compõem o corpo discente dessas escolas, não
tem condições de pagar o transporte diário
desses alunos. E as passagens pesariam muito na renda familiar dessas
pessoas”, explica a professora.
Para Gláucia, este é um problema que alude a desigualdade
de renda, e caso a decisão judicial seja negativa em relação
às camadas sociais envolvidas, pode acabar aumentando não
só a desigualdade, como também a exclusão social.
“Se for retirado esse benefício de estudantes, idosos
e deficientes, que pelo menos sejam compensados de outra forma”.
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