Ponto de Vista

 
02.09.2003  
   

Novos desafios da responsabilidade social corporativa

“Nunca se investiu tanto em projeto sociais, como agora. Hoje, não nos surpreendemos mais com parcerias inusitadas, como a de entidades ambientalistas serem mantidas por empresas poluidoras; nem com o fato de algumas indústrias assumirem custos em áreas da esfera pública, a exemplo da educação e da saúde” – é o que pensa a professora Valéria da Vinha, do Instituto de Economia.
Para Valéria, o engajamento social do setor privado cresceu, significativamente, com a recente incorporação das visões de Cidadania Empresarial e Responsabilidade Social Corporativa (RSC). E, como gerir investimentos de natureza social exige um esforço de adaptação significativo por parte da empresa – tanto para criar novos recursos a eles associados, quanto para integrá-los na estrutura e nas rotinas da organização –, fica claro que existem outros interesses por trás dessa solidariedade espontânea. “Agregar valor social aos negócios transformou-se numa poderosa convenção de mercado em grande medida porque influencia, diretamente, um dos principais ativos das empresas: sua reputação”, enfatizou a economista.
A questão que se pode levantar em relação a este tema é: estão as empresas preparadas para assumir esse engajamento social, considerando que este envolvimento poderá comprometer investimentos, recursos e capacidades já realizados, além de compromissos assumidos com os parceiros da cadeia produtiva? Para a professora só existe uma solução: “Buscar um equilíbrio entre a dupla e contraditória missão de gerar lucro para os acionistas e, ao mesmo tempo, apoiar projetos sociais de forma desinteressada – isto é, sem expectativa de retorno financeiro, conforme pregam as melhores práticas de responsabilidade social”.

 

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