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Quem nunca acordou um dia sem nenhuma disposição para trabalhar ou estudar? Pois é, falta de energia para realizar tarefas cotidianas pode acontecer com qualquer um. Porém, esse sintoma, ao tornar-se constante, e vir acompanhado de um forte sentimento de tristeza, desânimo, insônia, apatia, falta de apetite, de desejo sexual ou a perda de vontade para realizar coisas simples, como tomar banho, é indício de uma grave doença: a depressão.
A depressão, é bom que se deixe claro, é uma doença que não significa tristeza, embora este seja um dos fortes sintomas desta enfermidade, que se caracteriza principalmente pela drástica queda de energia.

Ainda não se sabe ao certo a causa da depressão. Mas, uma das explicações que os especialistas consideram plausível e aceitável é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação está relacionada com a eficácia do uso dos antidepressivos durante o tratamento.
Os antidepressivos são remédios que corrigem o metabolismo dos neurotransmissores, não sendo calmantes, nem estimulantes. Por isso, esta medicação não cria dependência física e nem psíquica nos pacientes.
Porém, os antidepressivos provocam efeitos colaterais bastante indesejáveis, como a diminuição do desejo sexual, falta de orgasmo, dificuldade de excitação, entre outros, que atingem pacientes de formas diferenciadas.
Para falar sobre os efeitos colaterais desta medicação, o Olhar Virtual conversou com o psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Dr. Leonardo Fontenelle, que emitiu a seguinte opinião:

“A disfunção sexual é um sintoma freqüente em pacientes
com transtornos depressivos. Freqüentemente, a
disfunção sexual responde ao tratamento com medicações
antidepressivas. Além disso, a ejaculação precoce, um
sintoma comum em pacientes com transtornos de
ansiedade, também pode ser tratada com essas drogas.
Por outro lado, efeitos colaterais sobre a função
sexual têm sido observados em uma proporção
significativa daqueles pacientes tratados com
antidepressivos (30 a 60%), particularmente os
inibidores seletivos da recaptação da serotonina
(ISRS). Infelizmente, ainda não é possível prever
quais pacientes irão desenvolver disfunção sexual após
o uso de ISRS. No entanto, esta limitação não deve ser
utilizada como argumento para que o paciente não seja
tratado. Diversas alternativas existem para o manejo
da disfunção sexual induzidas pelos ISRS. Estas
alternativas devem ser abertamente discutidas entre o
médico e seu paciente e incluem desde uma simples
“observação” (já que o efeito colateral sexual pode
melhorar espontaneamente), a troca de antidepressivos,
o ajuste da dose do medicamento e até mesmo a
prescrição de “antídotos”.