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Universidade Federal do Rio de Janeiro conquistou, nas últimas
semanas, mais um lugar de destaque. Só que desta vez, os acadêmicos
renomados e as pesquisas científicas cederam lugar ao estagiário
do NCE/UFRJ e estudante do curso da Cisco-CCNA, Sandro Laina Soares, medalhista
de ouro nas Paraolimpíadas de Atenas, no futebol categoria Deficientes
Visuais. A Assessoria de Imprensa da Universidade esteve conversando com
Sandro, que, entre outras coisas, afirmou está felicíssimo
com o prêmio.
1-
Qual a sensação de receber um título como esse?
A emoção de ter ganhado um título como esse foi muito
grande, afinal de contas, o primeiro é sempre o primeiro. Para
alcançar essa premiação, treinei quase o ano inteiro,
chegando a deixar um pouco de lado o meu trabalho no NCE, que, mesmo assim,
deu todo o apoio nas viagens e treinos. Dediquei-me de corpo e alma para
alcançar a vitória e graças a Deus pude ver todo
o meu esforço e da equipe reconhecidos em Atenas.
2-
Quando você decidiu jogar futebol?
Apesar de todo esse assédio, não me considero um jogador
de futebol. Eu sou o tipo do cara que curte jogar uma “bolinha”
nas horas vagas. Na realidade, sou um profissional da informática
que joga futebol.
Sempre sonhei fazer parte de uma olimpíada. Quando fiquei cego,
me senti muito frustrado, porque toda vez que assistia a abertura dos
jogos olímpicos me imaginava ali representando o meu país.
Então, já que não podia participar das olimpíadas,
me restavam as paraolimpíadas. Para os deficientes, estar dentro
dos jogos paraolímpicos é a mesma coisa que estar no olímpico.
Um é tão importante quanto o outro.
3-
Para você, o que é mais importante: o futebol ou o trabalho
de analista?
Hoje a análise de sistemas é a minha prioridade. Até
setembro, toda a minha atenção estava direcionada para os
jogos, tanto que cheguei a fraquejar nos meus estudos só para conquistar
esse título. Agora estou retomando o meu trabalho de analista,
porque, infelizmente, no Brasil, o deficiente físico não
tem condições de viver do esporte.
4-
Como você avalia a política de inclusão para deficientes
físicos na UFRJ?
Faço estágio no Núcleo de Computação
Eletrônica (NCE), no setor responsável pelo desenvolvimento
de softwares para deficientes visuais. Além disso, sou aluno do
curso da Cisco-CCNA. Gosto muito de fazer parte da Universidade. Não
tenho o que reclamar. O suporte que ela dá aos deficientes físico
ou visual, é excepcional.
5-
Quais são os seus planos para o futuro?
Pretendo daqui para frente concluir minha faculdade, futuramente me preparar
para um mestrado e, se possível, conseguir passar em um concurso
público na minha área. Na vida esportiva quero continuar
jogando uma bolinha pela seleção, ganhando vários
prêmios como a gente tem feito por aí.
O ala esquerda da Seleção Brasileira de Futebol é
um navegador apaixonado da Internet e a cada dia que passa, acumula mais
títulos. Em 2001, dez anos após ter iniciado a carreira,
consagrou-se como melhor zagueiro da Copa América, realizada em
Paulínia-SP. Agora conquistou um título olímpico.
Isso deixa claro que, em ambas as carreiras, Sandro é um sucesso.
Notícias anteriores:
• 28/09/2004 - Resolução
da AGU sobre transferências ex-officio
• 21/09/2004 -
Daiane: o impulso da Ginástica Artística no Brasil
• 14/09/2004 -
Acesso público as universidades
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