Ponto de Vista
10.05.2005
Um ônibus ecologicamente correto
Vanessa Sol

Não é novidade para nenhum cidadão brasileiro os freqüentes problemas de falta de infra-estrutura na área de transporte no país. É preciso ter paciência para enfrentar ônibus pouco confortáveis e cheios. Numa tentativa de tentar melhorar essas condições de conforto, pesquisadores da UFRJ estão lançando o protótipo de ônibus que alia alta tecnologia e benefícios à população, e além de tudo é ecologicamente correto. Para isso o Olhar Virtual foi buscar a opinião de uns dos idealizadores do projeto, o chefe do Laboratório de Hidrogênio da COPPE/UFRJ, Paulo Emílio de Miranda, que falou sobre os benefícios e vantagens do ônibus movido a hidrogênio.

“Através do desenvolvimento do inédito protótipo nacional do ônibus movido a hidrogênio, o Brasil integrará o grupo de países desenvolvidos que vêm trabalhando em projetos experimentais na América do Norte, Europa e Japão. O protótipo vem sendo desenvolvido com alta tecnologia. Uma das novidades é a engenharia de hibridização do sistema de tração. Além disso, o ônibus será mais confortável e silencioso do que os convencionais por dispensar diversos equipamentos mecânicos, como a caixa de marchas, por exemplo. A idealização de um modelo com piso baixo visa trazer mais conforto aos passageiros, inclusive os portadores de deficiência física, que terão o acesso facilitado ao veículo e uma área específica destinada às cadeiras de roda.
No entanto, a principal vantagem do protótipo nacional é a ambiental. A nova tecnologia é ecologicamente correta para a saúde e para o meio ambiente, porque deixarão de emitidos na atmofera uma série de poluentes como gases que provocam efeito estufa e chuva ácida.
Pode-se dizer que este projeto é pioneiro, pois foi o primeiro a ser pensado para trabalhar a energia proveniente de pilha à combustível alimentada a hidrogênio e de baterias, diferentemente do que acontece com outros modelos que estão sendo fabricados fora do país, que mesclam diferentes tipos de combustíveis.
A idéia de criar o ônibus a hidrogênio é um sonho antigo. Há seis anos atrás, quando comecei a trabalhar no Laboratório de Hidrogênio da COPPE, já tentava dar forma ao projeto. Porém, somente em 2004 conseguimos tirá-lo do papel. Na época, submetemos o projeto ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que o financia através da Finep e da Petrobras. Além disso, firmamos parceria com a Eletra, empresa fabricante de ônibus elétricos, e com a Caio-Induscar, empresa fabricante de carrocerias, e o Lactec, Instituto de Tecnologia do Paraná.”


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