Ponto de Vista
12.04.2005
Até que ponto o entretenimento ameniza o sofrimento
Kadu Cayres


O IPPMG firmou uma parceria com a Associação Viva e Deixe Viver, objetivando desenvolver atividades culturais e recreativas junto às crianças internadas no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.
Baseado nessa parceria, a equipe do Olhar Virtual resolveu analisar a importância de projetos como esses, no cotidiano de crianças enfermas. Para falar sobre o assunto, convidamos a coordenadora do PBVH/IPPMG/UFRJ, Maria Cristina Paiva.


Maria Cristina Paiva

O Projeto Biblioteca Viva em Hospitais reúne três instituições que se preocupam com as condições de vida e o atendimento de crianças e jovens no Brasil. São elas: o Ministério da Saúde, a Fundação Abrinq Pelos Direitos da Criança e o Banco Citibank.
O hospital é um local totalmente desconhecido pela criança e ela passa a conviver com situações de doenças e por vezes até a morte. Uma vez internada, é afastada do seio familiar, dos brinquedos, dos amigos e da escola. Esse afastamento gera um sentimento de culpa, desenvolvendo fobias, depressão, hiperatividade e até a perda do seu referencial.
O trabalho recreativo, em unidade com internação pediátrica, contribui para o bem-estar da criança, ocupando-a sadiamente, e preservando o princípio básico da saúde integral. A humanização alcançada em ambiente hospitalar, através deste atendimento, é um exemplo a ser seguido, porque mesmo doente, a criança precisa brincar.

  • Aumentar a aceitabilidade da criança ao tratamento e a situação de internação hospitalar;
  • Agregar situações estimuladoras ao processo de cura da criança;
  • Garantir, a reconstituição de um espaço de vitalidade no que se refere não apenas à doença;
  • Propiciar o alívio de tensões e mudança favoráveis no quadro psicológico das crianças;
  • Facilitar a integração das crianças e seus familiares com o corpo funcional do hospital através da mediação de leitura;
  • Possibilitar que crianças e jovens em situação de internação hospitalar tenham acesso a livros de qualidade e a leitura mediada;
  • Ampliar os espaços onde a leitura seja oferecida para as populações com menos acesso a livros e menores possibilidades de aquisição dos mesmos;
  • Propor a leitura como forma de prazer favorecendo assim a familiarização com os livros.


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