É
greve ou não é ?
Está
em todos os jornais: os servidores federais estão em greve
contra a Reforma da Previdência e a UFRJ aderiu à paralisação.
No entanto, percebe-se que não há consenso sobre esse
assunto na comunidade acadêmica. Embora existam entidades
representativas ligadas à universidade que defendem com unhas
e dentes essa manifestação, muitos funcionários
e professores não acreditam na eficácia dessa forma
de demonstração de seu descontentamento.
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Cleusa
Santos
“A greve é vontade política da maioria
dos servidores públicos”, afirma a presidente
da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj),
Cleusa Santos. A professora da Escola de Serviço Social
acredita que a paralisação dos servidores deve
ser mantida, porque é preciso evitar o desmonte do
Estado. “A PEC 40 vai interferir na instituição
pública, pois precipitará muitas aposentadorias”,
enfatizou. Perguntada se a greve traz efeito negativo para
Universidade, Cleusa Santos ressaltou que a população
tem conhecimento de que os serviços públicos
atravessam um período difícil, sendo a greve
um importante instrumento para mudança desse quadro,
e não apenas fruto de interesses corporativos. Por
fim, a presidente da Adufrj afirmou que a greve é direito
de todos os trabalhadores. “Ela é o único
e o último recurso dos servidores para que eles possam
valer seus direitos”, completou.
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José
Henrique Moreira
“Não
acho que a greve possa trazer nada de positivo para a Universidade.”
Essa é a opinião do diretor adjunto de graduação
da Escola de Comunicação (ECO), José
Henrique Moreira, defensor da idéia de que esse tipo
de manifestação só pode destruir a imagem
da UFRJ. O professor se baseia em sua experiência acadêmica
para não acreditar num efeito positivo da paralisação:
“Já vivi umas dez greves, e sempre o saldo foi
negativo”.
Zé Henrique, como é chamado nos corredores da
ECO, não admite sequer que a UFRJ se encontra com as
atividades suspensas. Quando perguntado se seria melhor manter
a paralisação ou acabar com ela assim que possível,
ele fez questão de deixar claro que “a greve
não começou, o que há são as férias”.
E ressaltou: “Vai voltar tudo direitinho a partir do
dia 11 de agosto” |
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