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14.06.2005
Baurusuchus Salgadoensis, um fóssil genuinamente brasileiro
 
Vanessa Sol
 

A paleontologia brasileira tem alcançado lugar de destaque no descobrimento de fósseis. Recentemente, ela contou com um fato inédito. Pesquisadores do Departamento de Geologia da UFRJ descobriram 11 esqueletos de fósseis no município de General Salgado, interior de São Paulo, o maior número já encontrado na América Latina até os dias atuais.
As arcadas resgatadas eram de uma espécie de crocodilomorfo, da família baurusuchidae, extinta no período cretáceo há aproximadamente 90 milhões de anos. A nova espécie foi batizada pelos cientistas com a denominação Baurusuchus salgadoensis para fazer referência às rochas da Bacia de Bauru e ao município de General Salgado.
De acordo com os pesquisadores, as arcadas estavam quase completas, o que permitiu uma reconstituição muito próxima do que foi o crocodilomorfo em vida. Além disso, o excelente estado de preservação também contribuiu para o trabalho de reestruturação e preparação dos fósseis, que leva em média três anos para ser concluído.
A descoberta do jazigo fossilífero aponta para uma série de informações sobre o habitat e costumes de vida destes crocodilosmorfos, revelando também suscetibilidade da região para catástrofes ecológicas. Segundo o paleontólogo do Departamento de Geologia da UFRJ, Ismar de Carvalho, há indícios muito contundentes de que os crocodilomorfos enfrentaram variações climáticas bastante diversas, passando por longos períodos de intensas secas alternados por outros de fortes enxurradas. “Em épocas de estiagem acredita-se que os crocodilos se enterravam em tocas subterrâneas para que não perdessem a umidade corporal, no entanto, quando não havia a ocorrência de chuvas, os crocodilos acabavam morrendo soterrados. Talvez, este seja o principal fator para que as arcadas encontradas estejam em boas condições”, ressalta o pesquisador.
O estilo de vida do B. salgadoensis tem pouco a ver com o dos crocodilos e jacarés de hoje. Além disso, anatomia de ambos são diferentes. Os crocodilomorfos podiam chegar a 3 m de comprimento e 400 kg. Suas narinas eram frontais e a presença de dentes serrilhados indica que eram predadores.
Além da importante ajuda dada pelos dois moradores de General Salgado, participaram da análise científica os pesquisadores Antônio Celso de Arruda Campos, do Museu de Paleontologia de Monte Alto, Ismar de Souza Carvalho, professor do Instituto de Geologia da UFRJ, e Pedro Henrique Nobre, doutorando do Departamento de Geologia.
O estudo contou com apoio da Prefeitura Municipal de Monte Alto (SP), Museu de Paleontologia de Monte Alto, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Instituto Virtual de Paleontologia (IVP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/CCMN/IGEO — Departamento de Geologia)

Importância Cultural

Segundo o paleontólogo Ismar de Carvalho, a descoberta e identificação dos fósseis também têm valiosa importância do ponto de vista cultural, pois cria uma identidade da pré-história brasileira. “Acredito, hoje, que é preciso criar uma identidade brasileira a qualquer custo, ainda que seja através de nossos crocodilos”, ressalta o pesquisador.
Ele afirmou também que o território brasileiro tem fósseis diferentes dos encontrados em outras partes do mundo. Além das contribuições à paleontologia, a descoberta dos fósseis também é de extrema relevância ao desenvolvimento da produção científica e ao incentivo do turismo ecológico no Brasil.

Como tudo começou

Há 15 anos atrás, Clésio Felício, aluno da sexta série da Escola Estadual Silvério da Cunha Lacerda, localizada no município de General Salgado, coletou às margens de uma estrada, que corta o município, uma amostra de algo que parecia ser um dente serrilhado ou um pedaço de osso. Sem saber o verdadeiro tesouro que tinha em suas mãos, Clésio, que acreditava ter encontrado ossos de bezerrinhos, entregou o material para o professor João Tadeu Arruda. Ambos voltaram ao local onde foi encontrado o material, e o João Tadeu percebeu que estava diante de uma importante descoberta. No entanto, foi há sete anos atrás que encontrou a ajuda do Museu de Paleontologia de Monte Alto (SP), município próximo ao de General Salgado, para desvendar o mistério.

 

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