Moreno Barros, bibliotecário de Pesquisas Digitais e doutorando, realizou palestra na quarta-feira (21/9) sobre os “Benefícios das redes sociais e sites nas instituições públicas”. O evento, que acontece às 12h, no Salão Nobre na Decania do CT, teve como abordagem a tentativa de diálogo entre as responsabilidades da Tecnologia da Informação (TI), dos Recursos Humanos (RH) e dos funcionários.
O tempo investido nas redes sociais para fins pessoais durante o horário de trabalho é uma preocupação para os estudiosos do comportamento. Segundo o doutorando, esse fenômeno é mais crítico no setor público, “onde a produtividade é medida de forma diferente das empresas privadas”.
Por consequência disso, como explica Barros, se coloca em discussão a alteração na estrutura organizacional, que transforme a empresa em uma espécie de "parque de diversões" eficiente e que preze pela qualidade de vida. Ou é pensada uma educação para “as massas” de forma que o funcionário tenha consciência plena quanto à ética como profissional.
Em busca de uma resposta que está além da cultura organizacional e da ética profissional, o pesquisador se preocupa com o aspecto fenomenológico do comportamento. “Qual é a grande razão de as pessoas passarem o dia inteiro no Facebook e por que deveríamos nos preocupar com isso ou não?”, questiona.
Barros é doutorando pelo Programa de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia (HCTE). Sua tese é sobre como os padrões da comunicação científica clássica não são condizentes com o que se tem hoje em termos de cultura, tecnologia e legislação. “E, por conta disso, revisito os cânones definidos há mais de 300 anos em sociedades científicas, vigentes até hoje”, acrescenta.
Os benefícios das redes sociais para a universidade
No âmbito interno, as redes sociais podem facilitar a comunicação entre colegas e promover o desenvolvimento do RH e do capital intelectual. “Desde que as informações que circulam sejam utilizadas de maneira sensata, obviamente”, comenta Barros.
Os principais benefícios acabam sendo velocidade na comunicação e transparência institucional. Isso se faz necessário, pois, como explica o pesquisador, “existe ainda um distanciamento entre o que a universidade produz e o cidadão comum. As redes sociais podem evidenciar o papel da universidade de uma maneira mais abrangente e focada”.
Dessa forma, pesquisadores ou alunos podem estabelecer relacionamento com base em interesses comuns, o que é mais difícil sem o suporte dessas redes. “Os funcionários podem quebrar um pouco da burocracia no atendimento aos alunos e cidadãos fazendo uso das redes sociais como uma extensão ‘turbinada’ do trabalho executado em salas fechadas”, conclui o doutorando.