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olho no olho
Olho no Olho
30.08.2005

O mundo mudou e as formas de protestar também
Vanessa Sol

Não é nenhuma novidade dizer que o mundo mudou e com ele, as formas de protestar. Uma forma muito comum de manifestação contra o Estado e contra as grandes injustiças eram as greves. Hoje, ela já não é mais tão utilizada. Nas décadas de 60, 70 e início de 80, a ditadura militar reprimiu fortemente as formas de protesto que lutavam pela volta da cidadania e dos direitos políticos. Na passagem para o século XXI, novas formas de protestar vieram à tona com os diversos segmentos sociais lutando por respeito e justiça social. Além disso, as lutas contra as “guerras imperialistas” vêm alcançando grande projeção no atual cenário.
Para saber quais são novas formas de protesto que estão surgindo e por que elas vêm acontecendo, o Olhar Virtual foi buscar a opinião de Paulo Bahia, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e a de Gustavo Moreira Speridião, estudante de Pós-graduação da Escola de Belas Artes.

 

Paulo Bahia
Cientista político e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais

“Nos últimos 15 anos, vêm surgindo no Brasil novas modalidades de protesto que não são aquelas tradicionais dos movimentos sociais, como o Movimento dos Sem- Terra (MST) e dos Sem-Teto. São movimentos diários, motivadas por demandas de respeito, em todas as grandes metrópoles brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. As massas de miseráveis saem às ruas, interditam vias públicas, quebram e queimam ônibus para manifestar sua revolta e indignação contra insultos morais, geralmente, cometidos pelo poder público e pela sociedade. São revoltas e conflitos civis (chamo assim porque a sociedade e o Estado criminalizam essas formas de protesto, reprimindo violentamente).
Estas formas de protestar geralmente são deflagradas porque as pessoas querem ser respeitadas enquanto seres humanos, enquanto pessoas. Entretanto, por serem reprimidas ativamente, a massa de miseráveis não consegue o respeito pelo qual lutam e os conflitos não têm eficácia.
No período da ditadura militar, as manifestações eram fortemente reprimidas e as formas de protesto mais comuns eram as greves e os movimentos associativos (década de 70 e 80), que lutavam contra a ditadura e pela inserção de direitos civis, como, por exemplo, direito à moradia, ao saneamento básico, à luz elétrica e à água encanada.
Com o restabelecimento de um Estado democrático, esse movimento acaba sendo canalizado para os partidos, porque o parlamento volta a ganhar força e o movimento social começa perder força. Sendo retomado, agora, por essas explosões de miseráveis.”

 

Gustavo Moreira Speridião
Aluno da Pós-graduação da Escola de Belas Artes


"Novas formas de protesto têm surgido em diferentes partes do mundo. Um exemplo recente do que tem acontecido de 1999 para cá, se deu em Seattle, no Estados Unidos, onde a juventude junto com os trabalhadores entrou em cena nas lutas antiglobalização. São milhões nas ruas, fechando-as, fazendo barricadas contra a política norte-americana. Isso, sem dúvida, é uma nova forma de protesto.
Além disso, após a deflagração da guerra do Iraque, vários países de diferentes partes do mundo protestaram no mesmo dia, 15 de fevereiro de 2003, e na mesma hora contra a guerra. Foi um fato inédito na história mundial, pois quando poderia se imaginar que o mundo inteiro iria se organizar para protestar contra a ocupação de um país subdesenvolvido por um claramente imperialista? Os protestos ganharam dimensões incalculáveis, foram mais de 500 mil pessoas nas ruas alemães, 250 mil em Nova York, outras 250 mil em Washington. No Brasil também protestaram.
Com as novas formas de comunicação, como a internet, os acontecimentos atingem maior projeção. Resumindo, os países dominantes globalizaram a guerra, a miséria, entretanto as massas globalizaram e unificaram a luta.
Na América Latina, os efeitos das formas de protestar podem ser identificados nas quedas de vários presidentes (Equador, Bolívia, Argentina) de 2000 até os dias de hoje. Na Venezuela estão acontecendo manifestações de massas e agora no Brasil elas também passam a surgir, principalmente, depois da denúncia do mensalão. É importante ressaltar que, a cada dia, surgem mais ativistas no mundo inteiro para protestar contra o poder.”

           

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