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ponto de vista
Ponto de Vista
19.07.2005
É bom, mas nem tanto
Luciana Campos
 

As novas formas de aprendizado, fruto do desenvolvimento das tecnologias de informação e da comunicação, são objetos de estudo, e de preocupação também, de alguns educadores.
Segundo a professora da Escola de Comunicação da UFRJ e especialista em Educação e Novas Tecnologias, Educação a Distância e Sistemas de Informação, Cristina Haguenauer, estamos vivendo a era da “Sociedade da informação”, se referindo às mudanças sofridas pela sociedade com a incorporação do cotidiano das pessoas ao mundo virtual.
O Olhar Virtual conversou com a professora Haguenauer a respeito das mudanças na educação. A docente expôs sua opinião sobre o uso da tecnologia na educação e das inúmeras ofertas de cursos online existentes.

“Este é um momento de mudanças profundas na sociedade, intensificadas pelas novas tecnologias da informação e da comunicação: as tecnologias digitais. A sociedade está se tornando digital: os textos, os documentos, as imagens, os filmes, a comunicação, a televisão, o rádio. Até mesmo o trabalho e a sociedade são incorporados pelo mundo virtual. Na educação não poderia ser diferente, pois, afinal, ela faz parte desta nova sociedade: a sociedade da informação.

No entanto, quando se fala de cursos online, vários aspectos pontuais, e por vezes contraditórios, se apresentam, ao lado de questões mais amplas e transcendentes.

O primeiro elemento, a primeira preocupação, que me vem à mente em relação a este tema, é a tecnologia e os custos a ela associados: o custo computador, da banda larga, da produção do material didático, dos softwares, da capacitação dos profissionais que vão desenvolver estes cursos, etc.

Na universidade e no ensino público, os orçamentos são definidos pelas instâncias administrativas, regidas por diretrizes políticas. A UFRJ, por exemplo, vem enfrentando uma escassez de recursos acentuada há muitos anos, o que torna a atividade de pesquisa quase uma utopia. Tudo o que envolve tecnologia (e seu alto custo), na UFRJ, ficou restrito apenas a algumas ilhas de excelência. Muitas áreas ficaram excluídas deste processo de modernização, de tal forma que seria apropriado defender um movimento de inclusão digital dentro da própria universidade. Talvez por este motivo, exista uma resistência e lentidão da UFRJ, como instituição, a abraçar estas discussões. Este fato se reflete numa defasagem em relação a outras universidades, mesmo as públicas, como a UNB, UFSC, UFRS, entre outras.

Mudando o foco para fora da universidade, tenho observado um fato interessante, e ao mesmo tempo preocupante: muitas vezes o fator determinante em relação à estratégia a ser utilizada na educação via internet, vem da área administrativa e não da área pedagógica. É o administrador (e os recursos que ele libera) que influi na composição final: tecnologia, tutoria, forma de produção do material didático, etc.

Neste sentido, cabe um alerta: em lugar de trazer crescimento, humanização, desenvolvimento de competências, autonomia, capacidade de pensar, enfim, incorporar um avanço significativo à forma de aprender e de ensinar, o que se alcança é a massificação do ensino. Desta forma, as pessoas vão desaprender a pensar e todo o processo vai resultar num grande retrocesso.

Traz-me certo alívio perceber a relativa independência da qual um pesquisador (mesmo se dispor de recursos materiais necessários) pode usufruir. Somente por meio da pesquisa, poderemos experimentar novas metodologias, adequar as metodologias existentes às novas tecnologias, testar equipamentos e softwares, até chegarmos a um equilíbrio. O quanto de tecnologia é realmente necessário? Qual o custo benefício ideal? Como reduzir a exclusão? Como valorizar a capacidade interna de desenvolver soluções e minimizar a dependência dos grandes desenvolvedores internacionais de soluções de software e hardware?

O grau de complexidade da criação de um simples curso online é imenso. Vários saberes precisam ser integrados (vou repetir: integrados e não justapostos): ciências cognitivas, psicologia da aprendizagem, pedagogia, comunicação, informática, uso da imagem e da cor, etc. Muito se fala das maravilhas dos cursos online, mas estas maravilhas são muito difíceis de se alcançar. É muito difícil avaliar a qualidade e a eficiência de um curso online. Somente um especialista é capaz de verificar se o que é prometido é realmente fornecido. Por este motivo, fico desconfiada e prefiro me dedicar à pesquisa. Somente uma análise mais aprofundada, propiciada pela pesquisa, pode permitir emitir opiniões realmente fundamentadas, e, principalmente, apontar caminhos.

A discussão sobre a oferta de cursos online toma uma dimensão muito grande, pois envolve questões econômicas e de mercado, devido à enorme demanda da sociedade por formação e capacitação. No entanto, vejo uma possibilidade de crescimento ainda maior, embora silenciosa, com a perspectiva do ensino semipresencial, ou seja, o apoio online para os cursos presenciais, esta é a verdadeira revolução. Deixe-me colocar de outra forma: vejo a explosão no crescimento da oferta de cursos online, como uma “corrida do ouro”, como a bolha da Internet. Depois que este movimento de acomodar o avanço real, que vai permanecer, é o uso dos recursos online para o apoio aos cursos presenciais. Neste momento não vai ter mais sentido utilizar a expressão cursos online ou educação à distância”.

         

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