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olho no olho
Olho no Olho
19.07.2005
A gente não quer só estudo...          
Diego do Carmo
 

Chopadas, rodas de samba e eventos de todos os tipos são comuns no cotidiano da vida acadêmica. Quando entra na Universidade, o jovem se depara com um mundo novo onde a pesquisa e o ensino andam de braços dados com uma fervilhante vida social na qual essas festas fazem parte até mesmo de calendários oficiais. Entretanto, em alguns casos, existem certos exageros e o equilíbrio entre o ensino e a diversão acaba se perdendo, apimentando uma das discussões mais em voga no academicismo atual: a proibição ou não de festas e de consumo de bebidas alcoólicas nos campi universitários.
Nesse contexto, o Boletim Olhar Virtual foi conferir a opinião de dois professores da UFRJ sobre o assunto.

 
 


 
 

Hélio Mattos
Prof° da Faculdade de Farmácia

"Cada vez mais existe uma cobrança social onde a universidade é exigida para atuar como centro de pensamento, criando opiniões e formando profissionais que possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento do país.
Assim, no âmbito da estrutura da universidade e sua relação com a sociedade, os setores mais diretamente ligados aos resultados almejados são: os da educação, para transformar os cidadãos em profissionais capazes de contribuir para o desenvolvimento da nação; os da cultura, para preservar e incentivar a memória da sociedade e do país e os produtivos, industriais e comerciais, para promover o desenvolvimento econômico e social. Nesse contexto, discutimos a melhoria da qualidade de vida no campus da UFRJ onde as atividades de lazer devem fazer parte visando uma melhor integração entre os componentes do seu corpo social. Cito como exemplo os recentes torneios de futebol dos servidores que agregaram aproximadamente 550 servidores e teve seu final com um grande show de Dona Ivone Lara, no Campo de Futebol da Prefeitura Universitária.
Tivemos, no ano passado, o lançamento do CD do Professor Roberto Medronho e Noca da Portela que reuniu 200 pessoas no auditório Rodolpho Rocco, no CCS. Sem contar a tradicional festa junina que anualmente é organizada pelo Forum de Ciência e Cultura que reúne milhares de pessoas. Esse ano ela teve todo apoio dos moradores da Associação de Moradores da Lauro Muller e serviu para integrar ainda mais a UFRJ com o entorno da Praia Vermelha. Temos, também, as festas que a Confraria dos Acadêmicos da Naval (CANA) organiza na Sede Campestre da EEFD. Nesse local, se reúnem aproximadamente três mil pessoas onde a ampla maioria é formada por jovens estudantes da UFRJ e de outras universidades.
A prefeitura da UFRJ procura conversar com a CANA para mostrar a importância de grandes eventos incluírem: comunicação prévia às empresas de ônibus para o deslocamento dos participantes, antes e depois dos eventos, locação de banheiros químicos, uma segurança previamente cadastrada na DISEG e com identificação própria e contatos com o CBMERJ para qualquer eventualidade. Eventos desse porte jamais podem ocorrer dentro dos prédios da Ilha do Fundão, próximo aos hospitais e nas instalações da Praia Vermelha. Além da falta de estrutura para atender a um público desse porte, temos uma colisão entre as atividades acadêmicas, científicas e culturais e o alto índice de decibéis desses eventos. Os eventos caracterizados como "happy hour" necessitam de uma regulação própria. Muitos são confraternizações relacionadas a defesa de tese, churrascos de fim de ano, aniversários ou acústicos de MPB que quando não interferem nas atividades fins da universidade, contribuem para como integração do nosso corpo social."

 

Ana Izabel de Carvalho Pelegrino
Professora da Escola de Serviço Social

"O espaço da Universidade, em princípio, é reservado ao conhecimento. As atividades de lazer são importantes, as atividades culturais, de uma maneira geral, também são importantes, mas é preciso se pensar com muito cuidado na realização de eventos e festas que envolvam música e bebida nos campi. Acho que deveria ser pensado um espaço para a realização dessas festas. Na minha opinião muito particular, a comercialização de bebidas alcoólicas no campus é uma questão complicada, já que não é o espaço mais apropriado para isso.
Como podemos verificar aqui nas dependências da UFRJ, existem muitos lugares que poderiam ser utilizados para a realização de atividades culturais e que estão tendo outras utilidades; por exemplo, bares realizando atividades que não combinam com a Academia, como sinuca, baralho etc. Isso mexe até mesmo com a imagem da Universidade. Não tenho nada contra o consumo de cerveja, mas chegar ao prédio do DCE às dez da manhã de uma segunda-feira e ver os estudantes bebendo, não pega bem. Ainda mais sabendo que no mesmo horário a biblioteca está vazia. Isso é um complicador.
Agora, as festas têm sua relevância, mas que se pense um espaço e um horário que não atrapalhem o andamento das aulas. Em vários momentos já dei aulas para o curso noturno de Serviço Social e, de fato, as festas incomodam muito. Além disso, quando se chega aqui na Praia Vermelha, após os finais de semana, o campus está sujo e fedorento.
Uma solução seria o aproveitamento dos finais de semana, quando não têm aulas, mas mesmo assim ele deve ser feito com muito cuidado, pois se durante a semana não existe uma segurança e uma estrutura de higiene adequadas, imagine aos sábados e domingos, com a Universidade mais vazia. Já, durante a semana, ficamos extremamente expostos. A Escola de Serviço Social é uma das unidades que tem uma infra-estrutura bastante razoável e, geralmente, as pessoas utilizam os nossos banheiros, pois nos outros lugares, ou estão fechados ou estão impraticáveis. Por fim, acho que não é só dizer que a UFRJ ficará aberta aos fins de semana, mas sim garantir também um funcionamento adequado.
A intenção não é proibir as festas, mas sim pensar uma maneira de elas acontecerem sem descaracterizar a função principal da Universidade."

             
 
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