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Hélio
Mattos
Prof° da Faculdade de Farmácia
"Cada vez mais existe uma cobrança social onde
a universidade é exigida para atuar como centro de pensamento,
criando opiniões e formando profissionais que possam contribuir
efetivamente para o desenvolvimento do país.
Assim, no âmbito da estrutura da universidade e sua relação
com a sociedade, os setores mais diretamente ligados aos resultados
almejados são: os da educação, para transformar
os cidadãos em profissionais capazes de contribuir para
o desenvolvimento da nação; os da cultura, para
preservar e incentivar a memória da sociedade e do país
e os produtivos, industriais e comerciais, para promover o desenvolvimento
econômico e social. Nesse contexto, discutimos a melhoria
da qualidade de vida no campus da UFRJ onde as atividades de lazer
devem fazer parte visando uma melhor integração
entre os componentes do seu corpo social. Cito como exemplo os
recentes torneios de futebol dos servidores que agregaram aproximadamente
550 servidores e teve seu final com um grande show de Dona Ivone
Lara, no Campo de Futebol da Prefeitura Universitária.
Tivemos, no ano passado, o lançamento do CD do Professor
Roberto Medronho e Noca da Portela que reuniu 200 pessoas no auditório
Rodolpho Rocco, no CCS. Sem contar a tradicional festa junina
que anualmente é organizada pelo Forum de Ciência
e Cultura que reúne milhares de pessoas. Esse ano ela teve
todo apoio dos moradores da Associação de Moradores
da Lauro Muller e serviu para integrar ainda mais a UFRJ com o
entorno da Praia Vermelha. Temos, também, as festas que
a Confraria dos Acadêmicos da Naval (CANA) organiza na Sede
Campestre da EEFD. Nesse local, se reúnem aproximadamente
três mil pessoas onde a ampla maioria é formada por
jovens estudantes da UFRJ e de outras universidades.
A prefeitura da UFRJ procura conversar com a CANA para mostrar
a importância de grandes eventos incluírem: comunicação
prévia às empresas de ônibus para o deslocamento
dos participantes, antes e depois dos eventos, locação
de banheiros químicos, uma segurança previamente
cadastrada na DISEG e com identificação própria
e contatos com o CBMERJ para qualquer eventualidade. Eventos desse
porte jamais podem ocorrer dentro dos prédios da Ilha do
Fundão, próximo aos hospitais e nas instalações
da Praia Vermelha. Além da falta de estrutura para atender
a um público desse porte, temos uma colisão entre
as atividades acadêmicas, científicas e culturais
e o alto índice de decibéis desses eventos. Os eventos
caracterizados como "happy hour" necessitam de uma regulação
própria. Muitos são confraternizações
relacionadas a defesa de tese, churrascos de fim de ano, aniversários
ou acústicos de MPB que quando não interferem nas
atividades fins da universidade, contribuem para como integração
do nosso corpo social."
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Ana
Izabel de Carvalho Pelegrino
Professora da Escola de Serviço Social
"O espaço da Universidade, em princípio, é
reservado ao conhecimento. As atividades de lazer são importantes,
as atividades culturais, de uma maneira geral, também são
importantes, mas é preciso se pensar com muito cuidado
na realização de eventos e festas que envolvam música
e bebida nos campi. Acho que deveria ser pensado um espaço
para a realização dessas festas. Na minha opinião
muito particular, a comercialização de bebidas alcoólicas
no campus é uma questão complicada, já que
não é o espaço mais apropriado para isso.
Como podemos verificar aqui nas dependências da UFRJ, existem
muitos lugares que poderiam ser utilizados para a realização
de atividades culturais e que estão tendo outras utilidades;
por exemplo, bares realizando atividades que não combinam
com a Academia, como sinuca, baralho etc. Isso mexe até
mesmo com a imagem da Universidade. Não tenho nada contra
o consumo de cerveja, mas chegar ao prédio do DCE às
dez da manhã de uma segunda-feira e ver os estudantes bebendo,
não pega bem. Ainda mais sabendo que no mesmo horário
a biblioteca está vazia. Isso é um complicador.
Agora, as festas têm sua relevância, mas que se pense
um espaço e um horário que não atrapalhem
o andamento das aulas. Em vários momentos já dei
aulas para o curso noturno de Serviço Social e, de fato,
as festas incomodam muito. Além disso, quando se chega
aqui na Praia Vermelha, após os finais de semana, o campus
está sujo e fedorento.
Uma solução seria o aproveitamento dos finais de
semana, quando não têm aulas, mas mesmo assim ele
deve ser feito com muito cuidado, pois se durante a semana não
existe uma segurança e uma estrutura de higiene adequadas,
imagine aos sábados e domingos, com a Universidade mais
vazia. Já, durante a semana, ficamos extremamente expostos.
A Escola de Serviço Social é uma das unidades que
tem uma infra-estrutura bastante razoável e, geralmente,
as pessoas utilizam os nossos banheiros, pois nos outros lugares,
ou estão fechados ou estão impraticáveis.
Por fim, acho que não é só dizer que a UFRJ
ficará aberta aos fins de semana, mas sim garantir também
um funcionamento adequado.
A intenção não é proibir as festas,
mas sim pensar uma maneira de elas acontecerem sem descaracterizar
a função principal da Universidade."
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