Quem participou
da animada cerimônia de conclusão do XIVº Curso de
Educação Ambiental para Professores nas dependências
do NUPEM– Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé
/ UFRJ - dia 15 de julho, teve muitos motivos para festejar. Há
pouco menos de um mês, as instalações do Núcleo
foram surpreendidas por fortes rajadas de ventos de mais de 100 km/h,
que praticamente arrancaram os telhados e expuseram à chuva seus
laboratórios, salas de aula, biblioteca, cozinha e alojamento.
No fatídico dia 20 de junho, estavam sendo desenvolvidas várias
pesquisas de alunos de graduação do Instituto de Biologia
e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade,
mas ninguém saiu ferido. Já no dia 21 de junho, a reitoria
da UFRJ considerou a gravidade dos danos ocorridos e através
de sua Prefeitura coordenou e enviou uma “força-tarefa”,
com 18 profissionais, oriundos do Pólo Náutico e da Prefeitura.
Composta por carpinteiros, pedreiros, marceneiros, eletricistas, bombeiros
hidráulicos e ajudantes, coordenados pelo servidor José
Carlos, do Pólo Naútico, a força-terefa conclui
seus trabalhos dia 1 de julho, com absoluto sucesso. O professor Vinícios
Farjalla, um dos Coordenadores do NUPEM, entrevistado pelo Olhar Virtual,
declarou: “ A recuperação foi fantástica.
A situação era catastrófica e hoje não temos
uma goteira sequer”. Ele fez questão frisar a competência
e rapidez dos trabalhos e lembrou também o auxílio do
pessoal do Núcleo de Computação Eletrônica
, no diagnóstico e recuperação dos equipamentos
de informática.
Perspectivas
No encerramento do XIV Curso, um auspicioso anúncio foi feito
por um dos seus coordenadores, a professora Déia Maria, que também
atua como superintendente da Pró-reitoria de Graduação,
PR-1. Começarão, no primeiro semestre de 2006, as aulas
do Curso de Graduação em Ciências Biológicas,
ministradas no novo prédio do NUPEM, que fica próximo
às suas instalações pioneiras e ao Centro de Convenções
de Macaé. A nova edificação é fruto de uma
intensa parceria entre a prefeitura de Macaé e o NUPEM, que também
conta com a decisiva colaboração da Petrobras para a realização
de seus projetos científicos e de educação ambiental.
Desde a década de 80 que a equipe do Laboratório de Limnologia
da UFRJ desenvolve pesquisas na região Norte–Fluminense,
através do Projeto Ecolagoas. Elas foram de vital importância
para a criação do NUPEM, em 1994. Entre seus principais
articuladores está o professor Francisco Esteves, que junto com
a equipe do Núcleo atuaram de forma decisiva para a demarcação
e criação, em 1998, do Parque Nacional de Jurubatiba,
a maior área de restinga preservada do país e que envolve
os municípios de Macaé, Quissamã e Carapebus. Este
fabuloso espaço, considerado pela UNESCO área de reserva
da Biosfera, já propiciou o desenvolvimento de mais de 50 teses
de pós-graduação. Equipes de universidades estrangeiras,
como a de Minnesota ou Wyoming, ambas dos EUA, aparecem em fotos expostas
nas paredes do NUPEM, que também vem abrigando em seus alojamentos
e compartilhando em seus laboratórios pesquisadores da Alemanha,
Dinamarca, Suécia, por exemplo. Em outras fotografias, também
e possível recordar as turmas participantes do 1º Curso
de Educação Ambiental para Professores do Ensino Fundamental
de Macaé e Região (28/01 a 1/02 de 2002) ou do 1º
Curso de Educação Ambiental e Segurança do Mar
para Pescadores do Norte Fluminense (26 a 30/11/2001). Esse trabalho
de pesquisa, associado à difusão de seus resultados para
apoiar a luta pela preservação de ecossistemas, a realização
de cursos, que já acolheram mais de 1000 professores da rede
de ensino da região e cerca de 6000 crianças e jovens,
fez com que o NUPEM enraizasse a sua presença junto a comunidade
e adquirisse a confiança da Poder Público e a parceria
da Petrobras.
Na solenidade
de encerramento do XIV Curso para Professores, o representante da FUNEMAC
— Fundação de Ensino de Macaé, professor
Jorge Aziz, afirmou: “Esse modelo de interiorização
da UFRJ e de integração com os municípios do norte
do estado é um modelo a ser seguido por todas as instituições
de ensino superior que tenham a preocupação de estender
as ações de pesquisa ensino e extensão. A pesquisa
veio na frente e ela gerou uma massa crítica de informação,
de conhecimento e de cultura que hoje irradia para toda a sociedade.
Existe até uma apropriação institucional da Universidade
por parte da população, que tem uma identidade muito forte
com o NUPEM, por sua atividade radiante de pesquisa e difusão
de conhecimentos”
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