De Olho na Mídia | ||||||||||
19.07.2005 | ||||||||||
Ameaça
no câmbio |
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“É
uma péssima escolha achar que as reservas, que são para
defender uma taxa de câmbio, devem ficar nas mãos do setor
privado e do BC. É o setor público que atua nos momentos
de crise cambiais”. A opinião é do economista da UFRJ
João Sicsú, a respeito da proposta da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Fundação
Centro de Estudos de Comércio (Funcex) que pretendem reformar a
legislação cambial brasileira a fim de extinguir qualquer
possibilidade de intervenção no câmbio. O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, consideram que as mudanças irão modernizar a legislação. Contudo, no início de março, o Banco Central já permitiu um aumento dos dias necessários para que essa conversão seja feita, de 20 para 210 dias. João Sicsú enfatiza que se a proposta defendida por Gianetti for aceita os exportadores se tornarão especuladores. “Os fluxos comerciais seriam internalizados de acordo com as mesmas variáveis que influenciam a entrada de capitais financeiros: o diferencial de juros, a expectativa de desvalorização cambial e o risco de default”, comentou, frisando que divisas nas mãos do setor privado aumentam a vulnerabilidade do país a crises cambiais. “Em qualquer ataque especulativo o setor privado joga contra a taxa de câmbio. A idéia do setor privado não é criar crises, mas suas decisões sempre visam à busca de ganhos em geral, isso é que causa a crise cambial”. A Fiesp sugere, ainda, a liberação de contas em dólar no país para empresas residentes no Brasil, registradas como exportadoras ou importadoras no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) ou como investidoras ou devedoras no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). |
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Monitor Mercantil-RJ - 19/07/2005- Página:1 |
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