Segundo o professor,
nos últimos 20 anos, se intensificou muito a disseminação
da cultura da pesquisa dentro da área cultural e musical no Brasil.
Isso teria ajudado a diminuir um pouco a falta de sintonia entre a atividade
artística e a pesquisa científica, mudando a realidade
que marca a relação entre ambas.
“Hoje, no Brasil, temos cerca de 20 cursos de pós-graduação
na área de artes, integrando as atividades da pós com
a de graduação. Esse número reflete o crescimento
da área de pesquisa dentro do setor de artes na Academia Brasileira
como um todo”, afirma.
Dos quinze trabalhos da unidade que estarão no próximo
dia 5 de outubro na agenda de apresentações da Jornada,
na Escola de Música, se destaca o Música, memória
e sociabilidade da Maré, projeto realizado na Comunidade da Maré,
com apoio do CNPq e da FAPERJ, que se dedica ao mapeamento das práticas
musicais no local, promovendo discussões integradas sobre cidadania,
política e identidade. O objetivo é formar pesquisadores
entre os moradores da comunidade.
“Através desse projeto estamos integrando a graduação
da UFRJ — temos quatro alunos com bolsas de iniciação
artística e cultural — com 20 jovens de escolas de 2º
grau da Maré. Esses jovens estão tendo a mesma formação
dada aos universitários. Os trabalhos feitos por eles estão
sendo apresentados em diversos Fóruns. Inclusive, já participaram
de um Colóquio sobre direito de imagem e do som e antropologia
na USP. Em outubro é a vez da Jornada”, afirma Samuel Araújo,
que também coordena esse projeto. Para o professor, ser contemplado
com uma bolsa do CNPq é muito significativo pelo critério
rigoroso de seleção usado pela instituição.
“Foram 800 concorrentes e apenas dois na área de artes
conseguiram o benefício. Sem falar que no ano passado conseguimos
também a bolsa Cientistas de Nosso Estado, concedida pela FAPERJ”,
acrescenta.
Além do Música, Memória e Sociabilidade da
Maré o professor Samuel também citou outros quatro
trabalhos relevantes que tratam de música judaica, algumas composições
dos séculos XVIII e XIX e um projeto da biblioteca da Unidade
que visa a digitalização de partituras históricas.
A apresentação de projetos na Jornada é aberta
a qualquer aluno da graduação, possuidor de bolsa ou não,
que seja orientado por um professor ou técnico-administrativo
da UFRJ, com doutorado ou mestrado. Os bolsistas da Pró-reitoria
de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) e do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/PIBIC)
são obrigados a inscreverem trabalhos no evento. As inscrições
são organizadas por unidade, onde são selecionados os
melhores trabalhos para a mostra que acontece nos Centros. A comissão
julgadora é composta por dois avaliadores; no caso da Escola
de Música, um deles virá de fora da UFRJ.
“A Escola de Música tem um potencial muito grande na pesquisa,
já que possui 22 doutores. Contudo, convidamos uma pesquisadora
do CNPq para avaliar os trabalhos para essa edição da
Jornada”, fala Samuel Araújo.
A Jornada 2005 começa no dia 4 de outubro, com uma sessão
de abertura no auditório do Centro de Tecnologia (CT), às
9h30min.