Desde o início de suas atividades, em 1968, o Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano (IMA) focou a formação de profissionais com capacidade de lidar com a cadeia produtiva de materiais poliméricos. No entanto, com atividades paralelas, cursos especiais e prestação de serviços para indústrias, o IMA provou ser mais do que isso: um centro de pesquisas científicas capaz de respeitar o meio ambiente. E parece que esse potencial finalmente foi reconhecido.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, através Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) e da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA), concedeu ao Instituto a Licença de Operação n° FE007768, que autoriza oficialmente a produção de pesquisas científicas nas áreas de plásticos, borrachas, tintas e vernizes. Isso significa que o IMA provou, segundo os critérios dessas instâncias, estar de acordo com as leis ambientais, especialmente com o Decreto Lei n° 134 de 1975, que permite somente o despejo de resíduos provenientes de atividades de pesquisa, industriais ou comerciais se estes não prejudicarem o ecossistema ao seu redor.

Essa licença foi possível graças ao Programa de Gerenciamento de Resíduos de Laboratório do IMA, em funcionamento desde 1996, que tem por objetivo minimizar o problema do descarte de resíduos perigosos dos laboratórios de pesquisa através de procedimentos de baixo custo. O início do programa, que é liderado pelos professores Elen Vasquez Pacheco e Carlos Alberto Hemais, e conta com a participação da estagiária Patrícia Erthal Ribeiro Tavares, começou baseando-se na coleta de resíduos líquidos orgânicos gerados nos laboratórios. Devido à aprovação do programa pelos integrantes da instituição e aos bons resultados obtidos, foi proposta a coleta de frascos de vidro

de reagentes, a separação de papel, de latas de alumínio, de recipientes de PET e de termômetros quebrados, tornando o programa um sucesso.

Os resíduos líquidos são encaminhados à incineração pela empresa Koleta Ambiental S.A., para serem posteriormente incinerados pela empresa Tribel. Os resíduos sólidos, porém, são encaminhados à reciclagem. “O custo dos processos está diretamente relacionado com o material em questão”, afirmou a professora Elen Pacheco. “Os resíduos inertes, que não são tão perigosos, podem ter o mesmo destino que os resíduos comuns, urbanos. No entanto, os resíduos perigosos, como por exemplo o benzeno e o tolueno, devem receber tratamento especial. E o IMA, como um Instituto credenciado pelo governo, deve respeitar as normas ambientais”.

O principal resultado, segundo a professora, é a educação ambiental a qual os integrantes da instituição de ensino estão sendo submetidos. “Esse efeito da educação ambiental é muito importante, pois nossa função é servir com um exemplo de instituto de pesquisa que respeita as normas ambientais. No entanto, para manter nossa estrutura de pesquisa e inovação tecnológica, e para manter também um programa de gerenciamento de resíduos, precisamos de verbas aplicadas pela UFRJ, já que até agora nossos programas foram forçados a funcionar sem custo algum” declarou Elen Pacheco.

O IMA, localizado no bloco J do Centro de Tecnologia, na Ilha do Fundão, conta com cursos de mestrado, doutorado, especialização, pós-graduação e extensão.

Fotos por: Fábio Portugal