Quando a Princesa
Leopoldina, uma naturalista apaixonada, influenciou o sogro D. João
VI a criar o Museu Real na então sede da monarquia portuguesa,
em 1818, não sabia que estava sendo protagonista da fundação
de um dos maiores e mais importantes centros científicos da América
Latina. O dia de sua fundação, 6 de junho de 1818, passou
a ser um marco para o futuro Brasil independente, já que a partir
dali inseria a ainda colônia na rota do cientificismo mundial.
Inicialmente alocado no antigo Campo de Sant’Ana, atual Praça
da República, o Museu passou a receber artistas como Von Martius
e Von Spix e ganhou reconhecimento em todo o mundo, tendo sido transferido
para o antigo palácio Real da Quinta da Boa Vista, em 1892. Trinta
anos mais tarde, em 1922, passou a se chamar Museu Nacional e em 1946
foi incorporado à Universidade do Brasil como Instituição
nacional.
Hoje, 187 anos depois de sua criação, e com uma história
que se confunde com a do próprio Brasil, o Museu Nacional abriga
as maiores coleções antropológicas e de ciências
naturais do mundo, com mais de 10 milhões de itens estudados
pelos departamentos de Botânica, Antropologia, Entomologia, Geologia,
Invertebrados e Vertebrados. Além disso, a instituição
faz parte do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e possui
cursos de Pós-Graduação de excelência reconhecida
em várias partes do mundo.
“O Museu Nacional hoje é responsável pela formação
de uma série de profissionais que atuam no Brasil e no exterior.
Além disso, possui diversos serviços nas áreas
científicas que atendem a toda a comunidade. Diria que tudo isso
faz da instituição uma das mais respeitadas entre a iniciativa
privada”, afirmou o Diretor do Museu, Sérgio Alex Kugland
de Azevedo, na abertura dos festejos do aniversário da instituição,
ocorridos no último dia 30.
Comemoração
com boas perspectivas
Cerca de 80 pessoas
estiveram presentes à palestra que deu início ao dia de
comemorações pelos 187 anos do Museu Nacional, no prédio
da instituição. O Diretor Sérgio Alex, falou sobre
as realizações e perspectivas do Museu, destacando os
projetos em desenvolvimento apoiados pela iniciativa privada e por órgãos
públicos. Destaque para as obras já realizadas de restauração
dos torreões norte e sul, do pátio interno, e a mudança
de cor do prédio, de rosa para um tom creme, já denominado
“amarelo museu nacional”.
“Além dessas obras, temos outras em fase de implementação,
como a construção de prédios anexos, em destaque
o novo departamento de Botânica, no Horto e o novo Herbário,
patrocinados pela Petrobras, Souza Cruz e pela Fundação
Vitae. E ainda as reformas de restauração predial e os
projetos de infra-estrutura”, afirmou o diretor, ressaltando a
continuidade que sua gestão leva ao projeto, iniciado nas administrações
anteriores.
“É importante destacar que há uma continuidade de
um trabalho que vem de dez anos atrás. Não é um
projeto que começou agora”.
Na ocasião também houve o lançamento da versão
beta do programa Harpia, utilizado pelo Sistema de Gerenciamento de
Coleções (SGC) do Museu. Além disso, Sérgio
falou também sobre os projetos futuros da administração
da instituição, como a construção dos prédios
que abrigarão os departamentos de Entomologia e de Invertebrados.
No final, houve uma cerimônia de homenagem a funcionários
e antigos diretores da instituição, como o Professor Arnaldo
Coelho, que ressaltou a mudança de comportamento do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
“O IPHAN mudou muito. Na minha época, no início
da década de 90, havia uma resistência muito grande para
se fazer qualquer restauração. Hoje, estão muito
mais flexíveis”, afirmou.
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