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Zoom
28.06.2005
De bairro em bairro, aumenta-se o aprendizado
Pesquisa comprova que quanto maior a pobreza, maior o atraso escolar
 
Carlos Eduardo Cayres
 
Dois meninos conversando:
- Eu moro no Complexo da Maré. Tenho 8 anos. Estou na 1ª série do ensino fundamental da Escola Municipal Tia Leleca, e não sei ler.
- Como assim? Eu moro no morro Dona Marta. Tenho 6 anos. Estou na 1ª série do ensino fundamental da Escola Municipal Tia Maroca, e leio muito bem. (surpreso)

A defasagem escolar tornou-se bem comum nas áreas metropolitanas. Preocupado com essa situação, o sociólogo Luiz César de Queiroz Ribeiro, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), da UFRJ, desenvolveu um estudo comprovando que o nível escolar de crianças moradoras de regiões metropolitanas está diretamente relacionado com a área socioeconômica em que vivem.
Segundo Luiz César, essa pesquisa faz parte do “Observatório das Metrópoles” — programa inter-institucional que congrega 27 instituições e cerca 65 pesquisadores em todo o Brasil, tendo como foco a desigualdade existente nas grandes metrópoles —; e um dos temas discutidos nele é, justamente, essa relação entre a segregação residencial, ou seja, a tendência de isolamento social e físico de alguns grupos, que já possuem um delicado vínculo com o mercado de trabalho; e o desempenho escolar de crianças de 8 a 15 anos.

— Numa primeira etapa desse trabalho, pude fazer uma análise nas principais metrópoles brasileiras (Rio de Janeiro, em São Paulo e Belo Horizonte), tentando mostrar como crianças com um atraso escolar maio, moram em bairros onde há uma população homogeneamente pobre, frágil. Isso comparado às que vivem em locais de população com renda variada — afirmou.
Tal comparação foi feita com crianças que apresentam a mesma situação familiar e domiciliar, ou seja, mesma estrutura organizacional (pai e mãe, ou só mãe, ou só pai) e nível de instrução.
Para o sociólogo, uma criança que tem baixa escolaridade domiciliar, ou pertence a uma família incompleta, certamente terá maior chance de apresentar um rendimento escolar ruim. No entanto, se essa mesma criança for comparada (em termos de domicílio, de família morando em espaços com marcas da concentração de população pobre) a uma em situação familiar equivalente, mas morando em bairros com possibilidade de costura social, o resultado comprovará que a segunda apresenta um rendimento escolar um pouco melhor.
Isso comprova que a segregação residencial, o isolamento dos grupos fragilizados pelo mercado de trabalho, acaba atuando negativamente sobre as crianças. A partir de então, visualiza-se um problema um pouco mais sério: a universalização do ensino, ocorrida no Brasil há 15 anos, não está propiciando as mesmas oportunidades de escolaridade. Atualmente, o “Observatório das Metrópoles” está dando continuidade ao estudo através de uma pesquisa de campo. Casos isolados de escolas que vivem nessa situação estão sendo analisados com o objetivo de entender toda a dinâmica que contribui para um rendimento escolar inferior.
— Várias situações podem ser as causadoras dessa inferioridade. Todos sabem que a escola é resultado da sua organização pedagógica somada ao papel da família, que contribui bastante para o aprendizado. Uma criança inserida num lar bem estruturado, com um nível de instrução elevado, onde os pais estejam presentes na escola exigindo um melhor funcionamento, terá um desempenho melhor, se comparada à outra que não apresenta essas características — desabafou Luiz.
Segundo Luiz César, o país necessita de um outro tipo de política urbana, pois a existente vem sendo pensada, essencialmente, como uma provisão de serviços básicos. Para ele, portanto, só será possível reverter a reprodução da desigualdade com a criação de uma política urbana específica para áreas de baixa renda, capaz de estabelecer uma articulação entre a atividade escolar e a geração de emprego.
 

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