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olho no olho
Olho no Olho
28.06.2005
Qual a atualidade do Leninismo?        
Diego do Carmo
 
Passados pouco mais de quinze anos do fim da guerra fria e do conseqüente conflito ideológico entre Estados Unidos e União Soviética, o leninismo, uma das correntes marxistas mais atuantes no período, permanece viva nas discussões acadêmicas no Brasil. Prática moderna das teorias políticas e sociais de Karl Marx e Friedrich Engels exercida por Vladimir Ilie Ulianov, mais conhecido como Lênin, líder da Revolução Bolchevique de 1917, na Rússia, o leninismo viveu seu apogeu durante o século XX, mas declinou com a derrota do chamado Socialismo Real, em 1989. Em pleno século
 
 
XXI, qual a validade e a importância dessa ideologia numa sociedade de caráter capitalista, que vive o apogeu dos avanços tecnológicos? O Boletim Olhar Virtual foi conferir com dois Professores da UFRJ, qual a atualidade do marxismo defendido por Lênin.
 


 

Professor Marcelo Braz
Coordenador de graduação da Escola de Serviço Social da UFRJ
Mestre e Doutorando em Serviço Social pela UFRJ

"O pensamento de Lênin continua atual, apesar de segregado. Talvez Lênin seja o pensador marxista mais segregado no mundo acadêmico. Acho que tem pelo menos três categorias teóricas de Lênin que são muito atuais e que têm muito haver com a contemporaneidade da sociedade capitalista.
A primeira delas é o Imperialismo, como fase superior do capitalismo. Cada vez mais se reafirma as tendências imperialistas no mundo, embora com faces novas. Essa temática é extremamente atual; o domínio dos EUA é indiscutível.
A outra diz respeito ao Estado, como instrumento de classe, como instrumento de domínio de uma classe sobre a outra; de uma classe proprietária dos meios de produção sobre uma classe que é proprietária apenas de sua força de trabalho.
A terceira é análise teórica sobre o processo revolucionário, principalmente quando diferencia o papel da organização revolucionária. Não existe uma outra organização revolucionária, ainda que em crise no mundo político atual, na degradação da política que o capitalismo faz, como o partido político. O partido é a organização revolucionária capaz de promover uma articulação universal dos interesses de classe, o único capaz de assumir a vanguarda do movimento revolucionário.
A discussão da revolução de Lênin centrada na questão da organização revolucionária do partido, do tipo comunista; a análise que Lênin faz do estado com instrumento de dominação de classe; e a análise da categoria teórica de imperialismo me parecem suficientes, dentre outras contribuições, para mostrar a atualidade do pensamento de Lênin.”

 

Professor Evandro Vieira Ouriques
Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ
Coordenador do Núcleo de Estudos de Comunicação e Consciência da UFRJ
Organizador do Livro “Diálogo entre as Civilizações”, da ONU e da UNESCO



"Pensando o Leninismo como uma alternativa ao capitalismo, como uma solução de baixo pra cima, eu diria que a sociedade precisaria hoje de uma terceira posição, que não fosse nem o capitalismo, nem o leninismo.
É próprio do condicionamento humano a sua vontade de exercer o poder sobre o outro.
A antiga URSS, entre tantas lições, nos trouxe um aprendizado muito claro: não basta você ser teoricamente socialista para unir as pessoas. A transformação precisa ser de dentro para fora.
Corruptos e opressores existem em todas as experiências políticas que a humanidade teve até hoje. Por isso, é preciso que haja uma reconstrução do ser humano a partir dele mesmo. Expurgar os impulsos de opressão do outro e de si próprio.
Armand Mattelard recentemente citou em seu livro, A história das teorias da comunicação, que a liberdade política não pode se resumir ao exercício da vontade, mas sim começar pelo controle do processo de formação da vontade.
Por exemplo, nós temos certamente no governo Lula pessoas que tiveram passado leninista, que tiveram um pé numa prática leninista, mas que não souberam controlar o processo da vontade deles. Então, quando chegaram ao poder, se deixaram contaminar pelo poder e voltaram a reproduzir as mesmas relações sociais que combatiam.
O problema não está em ser leninista ou capitalista. A questão é muito mais profunda do que aparenta ser. Na verdade, o que nós precisamos é da transformação das pessoas; que controlem a si mesmas e a vontade de oprimir os outros, em qualquer relacionamento social, seja pessoal, amoroso ou profissional. Como um professor pode ser leninista se ele se acha mais importante que um aluno, ou que a sua mulher? Se não houver uma mudança interior, não adianta.

Observando vários segmentos da sociedade no nosso grupo de pesquisa, chegamos à conclusão de que a constante que impede ou dificulta esses processos de abertura social, é à vontade de poder. As relações humanas estão contaminadas pela relação de poder. Existe uma carnificina psíquica que estrutura as relações sociais e eliminá-la vai muito além de uma proposta política.
Sem controlarmos o seu processo de formação, nossa vontade será sempre a mesma. Lamentavelmente, a antiga URSS mostrou isso. Montada idealmente para se fazer uma justiça social, terminou de uma forma ditatorial, da mesma maneira do PT no Brasil.”

 
 
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