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olho no olho
Olho no Olho
21.06.2005
Fama: um dia eu chego lá        
Carlos Eduardo Cayres
 
A Giselle Bundchen é famosa. O Ronaldinho é famoso. A Wanessa Camargo também é famosa. Até o Fernandinho Beira-mar é famoso. Porque só eu que não consigo ser. “Mãe, um dia vou alcançar a fama, nem que seja por 15 minutos?”.
Essa obsessão pela notoriedade pública é algo que vem rondando a nossa sociedade já há um bom tempo. Visando discutir o assunto, o Olhar Virtual convidou o antropólogo Marco Antônio da Silva Mello, e o psicanalista Fábio Lacombe.
 
 


 

Fábio Lacombe
Psicanalista

"A questão da fama é atravessada por toda a história do homem. Ele, de alguma maneira, sempre a buscou, esteja ela com nome de glória, honra, mas sempre a almejou.
O que nós vemos atualmente, em termos dessa busca pela fama, é que está mais fácil se alcançar em comparação a tempos anteriores. Ela assumiu uma característica muito própria de que aparecer na mídia é ser famoso. Não é preciso mas a realização de um feito relevante. Basta agora aparecer, ter sua imagem projetada, e pronto.
A questão da imagem, então, está ligada ao narcisismo, ao mito de narciso, e isso é mais complexo do que se pensa. A relação de narciso com o seu reflexo procura mostrar todo o suporte que a imagem representa, em função da unidade que comporta. Nessa experiência de entrar em contato com a prórpia imagem, entra-se em contato também com o “eu”.
Na verdade nosso “eu” está dividido em duas partes: eu ideal e ideal de eu. A teoria freudiana mostra como há possibilidade de nós nos identificarmos não só através do grupo do eu, mas também pela dimensão do chamado “ideal do eu” — aquilo que aspiramos ser. A identificação acontece quando objeto se coloca no lugar do “ideal do eu”. Então, é como se dimensão do eu capturasse o mundo que está fora. Exatamente por essa distância entre o “eu” e o externo, é que somos tão obcecados pela perfeição.
Portanto, quando de alguma maneira o sujeito se coloca em contato com alguém famoso, imediatamente faz a identificação com essa figura, que por está ali, se torna uma representante dessa aspiração à perfeição. Neste momento existe uma espécie de conjunção, de jogo em que vamos buscar ter contato com essa imagem. Tenho impressão de que o sujeito famoso não é buscado na sua essência e sim na sua imagem, e isso traz uma grande complexidade, pois, como essa operação de identificação é limitável, terá um momento em que o sujeito quererá mais e o objeto de desejo será incapaz de fornecer. Logo surgirá uma sensação de frustração, em que o fã verá sua tão ameijada perfeição, negada - exemplo disso é o comportamento dos fãs agressivos, que reagem muitas vezes de forma violenta quando são renegados pelos seus ídolos.
"

 

Marco Antônio da Silva Mello
Antropólogo

Próximo ao fechamento desta edição, em consulta ao professor Marco Antônio, fomos informados que problemas técnicos no seu computador impediram a remessa de sua colaboração ao Olhar Virtual.

 
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