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A realização dos XV jogos Pan – americanos em 2007
irá proporcionar à cidade do Rio de Janeiro inúmeros
benefícios, como a modernização de centros esportivos,
geração de empregos e desenvolvimento dos transportes urbanos.
Além disso, o Rio terá a oportunidade de mostrar ao mundo
que continua sendo uma cidade maravilhosa.
Apesar do município ter sido o grande beneficiado para sediar estes
jogos, é preciso estar atento a uma possível politização
deste evento. E é por isso que o Olhar Virtual foi à procura
de dois especialistas, um da área de ciências políticas,
e outro do esporte, para opinar sobre a possibilidade do uso político
dos jogos Pan-americanos de 2007
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Aluízio
Alves Filho
Professor do Programa de Mestrado em Ciência
Política do IFCS/UFRJ.
"Propiciando emoções fortes,
criando astros e estrelas, reis e rainhas, aflorando paixões
por clubes e sedimentando identidade nacional, os grandes eventos
esportivos não apenas lotam os locais onde estão
sendo realizados, mas também atraem multidões que,
corações aos piparotes, permanecem com os olhos
grudados em telões e telinhas enquanto uma prova, uma partida,
um jogo, não chegue ao seu final. Por essa razão,
desde que nas primeiras décadas do século XX o esporte
ganhou dimensão de fenômeno capaz de despertar paixões
e atrair massas, a política o cerca como um abutre. O campeonato
Mundial de Futebol, realizado na Itália em 1934, e os Jogos
Olímpicos de 1936, na Alemanha, podem ser tomados como
marcos do início dessa prática, tendo, em cada ocasião
citada, os ditadores Mussolini e Hitler, se valido do esporte
para propagar ideologias hoje, felizmente, amontoadas na lixeira
da história.
Em 26 de agosto
de 2004, no Palácio da Cidade, sede do governo municipal
do Rio de Janeiro, com uma chuva intermitente batendo firme e
na presença de autoridades federais, estaduais, municipais,
de dirigentes esportivos e de uma delegação de atletas
nacionais foi hasteada a bandeira da Organização
Desportiva Pan-Americana (ODEPA), marco simbólico de que
a cidade começou a viver o clima encantado dos XV Jogos
Pan-Americanos. Jogos que serão oficialmente abertos no
dia 13 de julho de 2007, no Maracanã.
Sem dúvida,
trata-se de um evento que extrapola em muito a sua dimensão
meramente esportiva, que é muito grande, uma vez que atrai
turistas e negócios para a cidade e provoca mudanças
duradouras não apenas com a construção de
novos e modernos locais apropriados para práticas esportivas
mas também no que tange a modernização da
própria cidade. Nesse particular, os exemplos recentes
de Seul e Barcelona, que foram sede dos Jogos Olímpicos
de 1988 e 1992, são marcantes.
Em suma, em relação aos Jogos Pan-Americanos do
Rio de Janeiro de 2007 fiquemos com um olho nos espetáculos
inesquecíveis que os atletas com certeza proporcionaram,
mas com o outro olho – bem aberto - observando as politicagens
que sempre envolvem tais eventos."
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Marcelo
Dominguez
Jornalista e licenciando em Educação Física
pela UFRJ
"Penso
na organização dos XV Jogos Pan-americanos, implementada
pela cidade do Rio de Janeiro e retorno ao ano de 1996, ao início
da campanha Rio 2004, em prol da candidatura carioca como sede
dos Jogos Olímpicos, que acabaram na cidade de Atenas.
Nesta época, o projeto tinha como principal pilar a revitalização
do Campus do Fundão da UFRJ. A cidade Universitária
abrigaria a maioria dos esportes e a Vila Pan-americana, incluindo
o Estádio Olímpico, próximo ao Centro de
Ciências da Saúde. Um planejamento ambicioso que
reformularia, principalmente, a Escola de Educação
Física e Desporto.
Em 2003, também vislumbrei melhorias na Estrutura da EEFD
(Escola de Educação Física) e, conseqüentemente,
na UFRJ. Havia uma possibilidade de reformas da sede principal
e da sede campestre para que se abrigasse um centro de treinamento
para várias modalidades desportivas, que seria utilizado
antes, durante e posteriormente à realização
da competição pan-americana. O Comitê Olímpico
Brasileiro visitou as instalações, mas não
confirmou a parceria com a Universidade.
Duas bolas na trave para a UFRJ, que esteve próxima de
mudanças estruturais importantes para sua modernização.
No presente momento de preparação para o Pan 2007,
percebo mais vantagens do que pontos negativos. Mas ainda penso
que a comunidade acadêmica pode se inserir mais e melhor
neste processo, capitalizando maiores benefícios sociais,
culturais e econômicos. Afinal o sol, mascote oficial da
competição, nasce para todos."
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