Museu
Nacional
Em
meio a uma conturbada conjuntura internacional, nascia, em 1818,
o Museu Real, atual Museu Nacional. Inicialmente localizado no Campo
de Sant’Ana e hoje na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão,
Rio de Janeiro, o Museu foi fundado por D. João VI e faz
parte do Forum de Ciência e Cultura da UFRJ.
Além de exposições, a Instituição
realiza também, projetos e pesquisas relacionados à
história do Brasil e conta ainda com uma Biblioteca, que
oferece suporte informacional a todas as atividades científicas
a que o Museu se propõe.
Para saber um pouco mais sobre a importância desse patrimônio
histórico, o Olhar Virtual foi conversar com o Professor
do IFCS, Manuel Salgado, do Setor de Teoria e Metodologia da História,
e com Laura Maria Gayer Takche, Chefe da Biblioteca. |
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Manuel
Salgado
Professor do Setor de Teoria e
Metodologia da História - IFCS
Há
cinco anos, o professor vem desenvolvendo uma pesquisa
que envolve a questão da escrita histórica
nos museus, relacionando as diferentes formas de se
escrever história em um museu ao campo de produção
historiográfica brasileira — daí
seu interesse por museus e seus patrimônios.
Para Manuel Salgado, o Museu Nacional tem grande importância
para a sociedade, a medida que guarda um dos acervos
mais ricos e valiosos do Brasil. “Temos uma
história muito recente de cuidado com a preservação
do patrimônio. Essa instituição
guarda um dos acervos mais ricos e importantes, contendo,
por exemplo, obras de viajantes que vieram ao Brasil
no século XIX. É um acervo riquíssimo
do ponto de vista da construção de nossa
identidade e, com isso, perde-se não só
o valor material das obras, como também seu
valor simbólico. É lamentável
que isso tenha acontecido. Na verdade, isso expressa
a nossa pouca cidadania em relação a
essa obra. A gente não vê o patrimônio
como parte da construção dessa cidadania,
senão nós preservaríamos. O patrimônio
e o reconhecimento do passado são partes da
construção humana. Esse acontecimento
é uma perda muito além dos dólares
que possam valer essas obras, mostrando nossa fragilidade
e visão simplista de nossa cultura e patrimônio,
ou seja, como geradores de lucro.”
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Laura
Maria
Chefe da Biblioteca
do Museu Nacional
A
Biblioteca do Museu Nacional é detentora do mais
rico acervo espe-cializado em ciências natu-rais
e antropológicas da América Latina. A
chefe da Biblioteca, Maria Laura Gayer Takche, desenvolveu,
em conjunto com a bibliotecária Maria José
Veloso, o projeto Memória do Museu Nacional,
apoiando a continui-dade de medidas de preservação
adotadas na coleção de obras raras. Esta
coleção conta com aproximadamente 3.500
publi-cações de valor material inques-tionável
e de valor científico insubstituível.
“A formação e desenvolvimento da
coleção de livros da Biblioteca do Museu
Nacional deve-se sobretudo, ao caráter histórico
e comparativo das ciências naturais, cujos os
estudos são embasados no confronto de exemplares
do reino vegetal, animal e mineral com coleções
existentes em outros países, permitindo a partir
daí, a identificação da biodiversidade
de nosso país.” Quanto ao furto de obras
raras ocorrido na última semana, Laura Maria
afirma: “É uma perda muito grande para
a biblioteca. Aliás não só para
a biblioteca, pois estas obras são patrimônio
da humanidade. É nossa história. A história
do nosso país que está se perdendo. Foram
24 obras importantíssimas perdidas.” |
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Bons
ventos para o Museu Nacional
Após
amargar com a escassez de recursos, que vem comprometendo
a conservação do acervo do maior museu de história
natural da América Latina, o Diretor do Museu Nacional
da Quinta da Boa Vista, prof. Sergio Alex, vai receber cerca
de 1 milhão e 200 mil reais para obras de restauração
e instalação de um sistema de segurança
adequado. O professor será recebido, em Brasília,
quinta-feira, dia 13, por José Nascimento Jr., Diretor
de Museus, do IPHAN, órgão do Ministério
da Cultura, para ajustarem o repasse de 500 mil reais. Outros
760 mil reais, prometidos pelo MEC, também serão
repassados após conversa, no mesmo dia, com o chefe
de gabinete da Secretaria de Ensino Superior, Godofredo de
Oliveira Netto.
Nesta última quarta-feira, a Vice-Reitora Sylvia Vargas,
no exercício da reitoria, esteve reunida com o professor
Alex, nas dependências do Museu. Eles combinaram formas
de agilizar a aplicação de recursos da UFRJ
em medidas emergenciais de segurança para o Museu,
que teve sua biblioteca de obras raras recentemente roubada.
Dentro de um Plano Emergencial está previsto a instalação
de circuito interno de TV, de central de alarme contra fogo,
de um sistema de controle de acesso às dependência
do Museu e substituição de rede elétrica
em estado de risco.
Paula Mello, Coordenadora do Sistema Integrado de Bibliotecas
da UFRJ, confirmou para dia 12 de maio uma reunião
com todos os bibliotecários responsáveis pela
guarda de obras raras, a fim de elaborarem um documento normativo
sobre a instalação física, uso e tratamento
deste acervo na Universidade. Anunciou, também, para
os dias 24 a 28 de maio, um curso sobre Segurança de
Acervos Culturais, oferecido pelo Museu de Astronomia, no
qual serão inscritos profissionais da UFRJ.
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