Reforma universitária

O secretário de ensino superior do MEC (Ministério da Educação e Cultura), Nelson Maculan, dá a sua opinião ao Olhar Virtual sobre a relação entre as universidades públicas e privadas, assinalando algumas mudanças que afetariam a UFRJ com a adoção da reforma universitária pelo Governo Federal.
“Acredito que é necessário aprofundar o papel da universidade em relação ao ensino, pesquisa, extensão, inovação tecnológica, responsabilidade social, cooperação interinstitucional e internacional e, principalmente, fazer pensar a relação da universidade com ela mesma e os atores internos e externos. Neste processo, deve ser destacado o protagonismo que as universidades públicas têm dentro do sistema de educação superior. Para isso, a universidade pública deve ser autônoma, gratuita, e com um orçamento global. Implica, por outro lado, que a instituição aprofunde seu sentido público, reinventando a produção e disseminação dos saberes, introduzindo novas práticas e atuando com o pressuposto de que o processo de educação superior deve estar democraticamente a serviço do projeto de nação que desejamos.
Uma das boas notícias de combate à exclusão social é que já estão sendo anunciados os programas de cotas por algumas universidades públicas, o que fortalece a idéia de políticas afirmativas para negros e afro-brasileiros, populações indígenas. Temos uma dívida muito grande com estes colegas. Sou republicano e acredito na universidade pública inclusiva.
A autonomia é um conceito essencial para a universidade. Acredito que a reforma deverá trazer avanços neste campo, respeitando diversidades regionais e vocacionais, viabilizando maior previsibilidade de repasses e, portanto, melhor planejamento, entre outros aspectos. Neste sentido, ganham todas as instituições públicas. A UFRJ é uma instituição importante, madura, conhecida nacional e internacionalmente, sem dúvida uma das universidades mais premiadas do país, que desenvolve ensino e pesquisa de ponta. Tem chances de potencializar ainda mais seu bom desempenho a partir da reforma universitária”.

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