Movimento
Estudantil ganha força na UFRJ
O movimento estudantil ganha força. A nova fase política
que o país vive, parece fazer aumentar a responsabilidade
dos estudantes e encorajá-los a se unirem e gritarem por
mudanças.
Embalados por um ambiente de maior democracia, estudantes da UFRJ
lotam quinzenalmente a Reitoria da Universidade para participarem
das discussões do Conselho Universitário, o Consuni,
onde encontram espaço para revindicarem por melhorias.
No mês passado, os alunos da Faculdade de Direito acamparam
no Gabinete do Reitor e depois de muitos protestos conseguiram o
afastamento temporário do diretor Armênio da Cruz,
que está sendo investigado.
Recentemente, estudantes do IFCS, Instituto de Filosofia e Ciências
Sociais, ocuparam o gabinete da direção da unidade
com o apoio do diretor Franklin Trein. Eles continuam esperando
a reabertura da biblioteca, que está com fungos e fechada
desde setembro de 2002.
No dia 15 de abril, foi a vez dos estudantes da Escola de Belas
Artes protestarem. Há anos as suas causas não são
atendidas, consideradas não emergenciais. As salas estão
com problemas de infiltração, as fiações
expostas e alguns ateliês tiveram o teto desabado, além
de aparelhos que não funcionam e outros que são novos
e não estão liberados para uso.
Segundo Daniel Henrique Moreira, aluno de Ciências Sociais
da UFRJ e membro do DCE ( Diretório Central dos Estudantes
), os atuais movimentos de reivindicação na Universidade
são isolados. Cada unidade de ensino têm seus problemas
e os seus alunos querem resolvê-los primeiro.
Ele acha que existe uma grande troca de informações
e idéias entre os membros do DCE, mas também há
muitas divergências, já que diferente das gestões
anteriores,hoje o Diretório é proporcional e não
mais majoritário, o que significa que existem representantes
de todas as chapas de acordo com a porcentagem de votos que tiveram
na última eleição.
“Mas isso é bom porque é mais democrático”
, afirma Daniel ainda dizendo que o Movimento Estudantil da UFRJ,
enfraquecido durante a década de 90, ganhou mais força
no mandato do antigo Reitor José Henrique Vilhena.
Quando o assunto é política externa, principalmente
no que diz respeito a Reforma Universitária, a posição
do DCE é tentar resolver primeiro os problemas internos,mas
sem esquecer de discutir problemas que consideram também
emergenciais, como o Provão e o Ensino à Distância.
“ O Provão ainda não é o ideal. Não
somos contra uma avaliação do curso, mas como ela
é feita. Ao invés de ter uma prova no final, porque
não durante todo o curso? Além do mais o ranking das
Faculdades é uma forma de discriminação.”
A questão do Ensino à Distância ainda está
no início da discussão, mas não agrada os alunos,
que acreditam que o ensino universitário deve ser aplicado
nas salas de aula, e que a Universidade deveria utilizar melhor
o espaço que disponibiliza através de uma Reforma
Estrutural.
Mas apesar das divergências o Movimento Estudantil cresce
em todo o país. No Rio de Janeiro, por exemplo, centros acadêmicos
de universidades particulares, que nunca tiveram uma tradição
de luta, estão começando a se filiar a entidades como
a UEE ( União Estadual dos Estudantes ).
Os estudantes,mesmo vivendo em uma sociedade que é cada vez
mais individualista, parecem estar acordando e se envolvendo mais
com a Universidade, e essa retomada de consciência e responsabilidade
trás de volta a esperança de melhorias na educação
e de um país melhor.
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