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20.04.2004  
   

Movimento Estudantil ganha força na UFRJ

O movimento estudantil ganha força. A nova fase política que o país vive, parece fazer aumentar a responsabilidade dos estudantes e encorajá-los a se unirem e gritarem por mudanças.
Embalados por um ambiente de maior democracia, estudantes da UFRJ lotam quinzenalmente a Reitoria da Universidade para participarem das discussões do Conselho Universitário, o Consuni, onde encontram espaço para revindicarem por melhorias.
No mês passado, os alunos da Faculdade de Direito acamparam no Gabinete do Reitor e depois de muitos protestos conseguiram o afastamento temporário do diretor Armênio da Cruz, que está sendo investigado.
Recentemente, estudantes do IFCS, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, ocuparam o gabinete da direção da unidade com o apoio do diretor Franklin Trein. Eles continuam esperando a reabertura da biblioteca, que está com fungos e fechada desde setembro de 2002.
No dia 15 de abril, foi a vez dos estudantes da Escola de Belas Artes protestarem. Há anos as suas causas não são atendidas, consideradas não emergenciais. As salas estão com problemas de infiltração, as fiações expostas e alguns ateliês tiveram o teto desabado, além de aparelhos que não funcionam e outros que são novos e não estão liberados para uso.
Segundo Daniel Henrique Moreira, aluno de Ciências Sociais da UFRJ e membro do DCE ( Diretório Central dos Estudantes ), os atuais movimentos de reivindicação na Universidade são isolados. Cada unidade de ensino têm seus problemas e os seus alunos querem resolvê-los primeiro.
Ele acha que existe uma grande troca de informações e idéias entre os membros do DCE, mas também há muitas divergências, já que diferente das gestões anteriores,hoje o Diretório é proporcional e não mais majoritário, o que significa que existem representantes de todas as chapas de acordo com a porcentagem de votos que tiveram na última eleição.
“Mas isso é bom porque é mais democrático” , afirma Daniel ainda dizendo que o Movimento Estudantil da UFRJ, enfraquecido durante a década de 90, ganhou mais força no mandato do antigo Reitor José Henrique Vilhena.
Quando o assunto é política externa, principalmente no que diz respeito a Reforma Universitária, a posição do DCE é tentar resolver primeiro os problemas internos,mas sem esquecer de discutir problemas que consideram também emergenciais, como o Provão e o Ensino à Distância.
“ O Provão ainda não é o ideal. Não somos contra uma avaliação do curso, mas como ela é feita. Ao invés de ter uma prova no final, porque não durante todo o curso? Além do mais o ranking das Faculdades é uma forma de discriminação.”
A questão do Ensino à Distância ainda está no início da discussão, mas não agrada os alunos, que acreditam que o ensino universitário deve ser aplicado nas salas de aula, e que a Universidade deveria utilizar melhor o espaço que disponibiliza através de uma Reforma Estrutural.
Mas apesar das divergências o Movimento Estudantil cresce em todo o país. No Rio de Janeiro, por exemplo, centros acadêmicos de universidades particulares, que nunca tiveram uma tradição de luta, estão começando a se filiar a entidades como a UEE ( União Estadual dos Estudantes ).
Os estudantes,mesmo vivendo em uma sociedade que é cada vez mais individualista, parecem estar acordando e se envolvendo mais com a Universidade, e essa retomada de consciência e responsabilidade trás de volta a esperança de melhorias na educação e de um país melhor.

 

 

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