Coppe
investe em pesquisa sobre geração de energia a partir
do hidrogênio
Parceria com a Eletrobrás permitiu a instalação
de um núcleo de referência sobre a tecnologia
A
Coordenação de Programas de Pós-Graduação
de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Eletrobrás,
por meio do Cepel, implantaram núcleo de referência
e tecnologia do hidrogênio, com objetivo de alavancar o desenvolvimento
desta tecnologia. Paulo Emílio Miranda, coordenador do laboratório
de hidrogênio da Coppe, considera positivas as perspectivas
para o uso do hidrogênio na geração de energia.
A
problemática do uso do hidrogênio para geração
é o valor do equipamento, ainda alto em função
da baixa demanda. Miranda aposta que em alguns anos o sistema tenha
custo mais competitivo, o que possibilitaria a instalação
em residências. Ele acredita que será preciso no mínimo
cinco anos para que o equipamento se torne viável comercialmente.
Outra
ação do núcleo é a implantação
de uma rede nacional para troca de informações, a
fim de acelerar o desenvolvimento de equipamento nacional. O lançamento
do núcleo e da rede nacional aconteceu no final do mês
de março, em evento na Coppe/UFRJ.
"Estamos
desenvolvendo linhas de pesquisa para uso do hidrogênio para
geração distribuída. A capacidade dos equipamentos
é variável e eles tanto podem ser usados em áreas
isoladas do sistema como em grandes centros urbanos", comenta
Miranda. A capacidade do sistema, que depende do tipo de pilha combustível,
é variável e modular.
Entre
as vantagens deste tipo de geração, Miranda destaca
a relação positiva com o meio ambiente. "A geração
com hidrogênio é menos agressiva, com pouca emissão
de poluentes e alta eficiência dos equipamentos. Além
disto, podemos usar fontes renováveis para gerar hidrogênio,
como água, biomassa e gás de lixo", justifica
Miranda.
O
funcionamento da pilha combustível a hidrogênio, comenta
ele, se dá de maneira inversa à eletrólise.
O sistema gera eletricidade e calor que pode, inclusive, ser aproveitado
em residências para aquecimento de água, reduzindo
o gasto com o uso do chuveiro elétrico, exemplifica.
O
uso do gás natural na produção de hidrogênio,
aposta ele, deverá ser empregado no início da implantação
do sistema, sendo substituído aos poucos por combustíveis
não fósseis. Miranda explica que a pilha combustível
de membrana polimérica, por exemplo, tem até 250 kW
de potência, mas o equipamento pode ser ligado em série,
gerando maior volume de energia.
Atualmente
a Coppe/UFRJ desenvolve várias pesquisas focadas no tema
hidrogênio, como a produção de sistema de geração
por pirólise a plasma do metano. Miranda explica que o equipamento,
já patenteado e em fase de negociação para
produção, tem como vantagem a não emissão
de gás causador de efeito estufa.
Outro
projeto visa à aplicação de hidrogênio
para segmento de veículos. Realizado em parceria com a empresa
francesa Renault, Miranda estima que o estudo esteja em aplicação
em oito a dez anos. O laboratório desenvolve ainda um projeto
em parceria com a Petrobras e a Finep sobre pilha combustível
de óxido sólido.
Em
abril do ano passado foi realizado um teste do sistema, com sucesso,
para geração de energia. Atualmente o equipamento
está sendo otimizado e Miranda acredita que a comercialização
seja iniciada em três a cinco anos.
Canal Energia
Online
Rio de Janeiro, 13 de abril, terça-feira.
Últimas
Matérias
13.04.2004
As
aberrações do fundo do rio Paraíba
06.04.2004
Noite
de nostalgia do vivido e do não vivido
30.03.2004
"Vocês
ganharam desta vez"
|