De Olho na Mídia

 
20.04.2004  
   

Coppe investe em pesquisa sobre geração de energia a partir do hidrogênio
Parceria com a Eletrobrás permitiu a instalação de um núcleo de referência sobre a tecnologia

A Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Eletrobrás, por meio do Cepel, implantaram núcleo de referência e tecnologia do hidrogênio, com objetivo de alavancar o desenvolvimento desta tecnologia. Paulo Emílio Miranda, coordenador do laboratório de hidrogênio da Coppe, considera positivas as perspectivas para o uso do hidrogênio na geração de energia.

A problemática do uso do hidrogênio para geração é o valor do equipamento, ainda alto em função da baixa demanda. Miranda aposta que em alguns anos o sistema tenha custo mais competitivo, o que possibilitaria a instalação em residências. Ele acredita que será preciso no mínimo cinco anos para que o equipamento se torne viável comercialmente.

Outra ação do núcleo é a implantação de uma rede nacional para troca de informações, a fim de acelerar o desenvolvimento de equipamento nacional. O lançamento do núcleo e da rede nacional aconteceu no final do mês de março, em evento na Coppe/UFRJ.

"Estamos desenvolvendo linhas de pesquisa para uso do hidrogênio para geração distribuída. A capacidade dos equipamentos é variável e eles tanto podem ser usados em áreas isoladas do sistema como em grandes centros urbanos", comenta Miranda. A capacidade do sistema, que depende do tipo de pilha combustível, é variável e modular.

Entre as vantagens deste tipo de geração, Miranda destaca a relação positiva com o meio ambiente. "A geração com hidrogênio é menos agressiva, com pouca emissão de poluentes e alta eficiência dos equipamentos. Além disto, podemos usar fontes renováveis para gerar hidrogênio, como água, biomassa e gás de lixo", justifica Miranda.

O funcionamento da pilha combustível a hidrogênio, comenta ele, se dá de maneira inversa à eletrólise. O sistema gera eletricidade e calor que pode, inclusive, ser aproveitado em residências para aquecimento de água, reduzindo o gasto com o uso do chuveiro elétrico, exemplifica.

O uso do gás natural na produção de hidrogênio, aposta ele, deverá ser empregado no início da implantação do sistema, sendo substituído aos poucos por combustíveis não fósseis. Miranda explica que a pilha combustível de membrana polimérica, por exemplo, tem até 250 kW de potência, mas o equipamento pode ser ligado em série, gerando maior volume de energia.

Atualmente a Coppe/UFRJ desenvolve várias pesquisas focadas no tema hidrogênio, como a produção de sistema de geração por pirólise a plasma do metano. Miranda explica que o equipamento, já patenteado e em fase de negociação para produção, tem como vantagem a não emissão de gás causador de efeito estufa.

Outro projeto visa à aplicação de hidrogênio para segmento de veículos. Realizado em parceria com a empresa francesa Renault, Miranda estima que o estudo esteja em aplicação em oito a dez anos. O laboratório desenvolve ainda um projeto em parceria com a Petrobras e a Finep sobre pilha combustível de óxido sólido.

Em abril do ano passado foi realizado um teste do sistema, com sucesso, para geração de energia. Atualmente o equipamento está sendo otimizado e Miranda acredita que a comercialização seja iniciada em três a cinco anos.

Canal Energia Online
Rio de Janeiro, 13 de abril, terça-feira.

 

 

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