Ponto de Vista

 
13.04.2004  
   

Brasileiros precisam aprender a usar medicamentos

Os médicos, no Brasil, enfrentam o problema da auto-medicação de pacientes, que desconsideram a possibilidade do organismo reagir negativamente e agravar o quadro clínico. A professora Márcia Passos, da Faculdade de Farmácia da UFRJ, em entrevista ao Olhar Virtual, defende uma campanha educacional de amplo alcance sobre os riscos associados ao uso indiscriminado de medicamentos. Márcia Passos criticou a legislação sanitária e frisou a diferença entre efeito colateral e reação adversa:
“A fiscalização prevista pela legislação sanitária é ineficiente para coibir a venda indiscriminada de medicamentos sem prescrição médica. Além disso, existem casos de medicamentos de venda livre – comercializado sem receita médica. Já a fiscalização sobre a propaganda utilizada tem certa eficiência. Medicamentos de venda restrita não podem ser divulgados nos veiculos de comunicação. Mas isso não é suficiente.
Quanto às conseqüências do uso de remédios é preciso frisar que reações adversas podem ser apresentadas por uns e por outros não, sendo difícil de prever. Já o efeito colateral está relacionado diretamente ao medicamento. Podem ser evitados pelo médico no momento da prescrição, através de outras opções terapêuticas. Para evitar a auto-medicação, as pessoas devem aprender que farmácia é um estabelecimento de saúde, e não de comércio. Os Conselhos Regionais de Farmácia e Centros de Informação de Medicamentos realizam campanhas a favor do uso racional de remédios.”

 

 

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