No Foco

 
16.03.2004  
   

Seminário 64+40: golpe e campo(u)s de resistência

Alguém já definiu um acontecimento como uma mudança no curso da história que marca de modo indelével a posteridade. O golpe militar de 1964 foi um acontecimento dessa natureza. Não foi uma revolução, caso mais comum de ruptura desse teor, mas, exatamente, seu inverso. Uma contra-revolução que bloqueou uma pauta de mudanças estruturais de democratização da sociedade brasileira.
Quarenta anos depois do 1º de abril de 64, os temas que foram bloqueados, visando a este acontecimento, se mantêm atuais. Estão postas com urgência nas disputas políticas de hoje questões como a reforma agrária, a reforma do ensino - e universitária -, a sangria das remessas de lucros após um desastrado processo de privatização, a soberania nacional etc. As modernizações sem a democratização da sociedade e do Estado são um eterno retorno na dinâmica política nacional. O sentido profundo do golpe foi instaurar essa continuidade num contexto em que se fazia possível seu inverso. Deste aspecto decorre o seu sentido traumático e emblemático que se faz necessário discutir, para que aquilo que ele representou nunca mais se repita. Este é o nosso compromisso.
O CFCH da UFRJ promove um grande evento (veja a programação abaixo)para discutir o sentido do golpe 64 e os elementos autoritários que permanecem na sociedade brasileira. A grandeza desse evento, como requer a reflexão sobre um acontecimento de tal envergadura, se espalhará em uma programação, ao longo de 5 dias (29 de março a 2 de abril), pelo Campus da Praia Vermelha, com uma diversidade de manifestações que vão do debate ao testemunho, do teatro à poesia, do cinema à universidade e à imprensa.

[ Leia a matéria na íntegra no Notícias UFRJ ]

 

 

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