Seminário
64+40: golpe e campo(u)s de resistência
Alguém já definiu um acontecimento como uma mudança
no curso da história que marca de modo indelével a
posteridade. O golpe militar de 1964 foi um acontecimento dessa
natureza. Não foi uma revolução, caso mais
comum de ruptura desse teor, mas, exatamente, seu inverso. Uma contra-revolução
que bloqueou uma pauta de mudanças estruturais de democratização
da sociedade brasileira.
Quarenta anos depois do 1º de abril de 64, os temas que foram
bloqueados, visando a este acontecimento, se mantêm atuais.
Estão postas com urgência nas disputas políticas
de hoje questões como a reforma agrária, a reforma
do ensino - e universitária -, a sangria das remessas de
lucros após um desastrado processo de privatização,
a soberania nacional etc. As modernizações sem a democratização
da sociedade e do Estado são um eterno retorno na dinâmica
política nacional. O sentido profundo do golpe foi instaurar
essa continuidade num contexto em que se fazia possível seu
inverso. Deste aspecto decorre o seu sentido traumático e
emblemático que se faz necessário discutir, para que
aquilo que ele representou nunca mais se repita. Este é o
nosso compromisso.
O CFCH da UFRJ promove um grande evento (veja a programação
abaixo)para discutir o sentido do golpe 64 e os elementos autoritários
que permanecem na sociedade brasileira. A grandeza desse evento,
como requer a reflexão sobre um acontecimento de tal envergadura,
se espalhará em uma programação, ao longo de
5 dias (29 de março a 2 de abril), pelo Campus da Praia Vermelha,
com uma diversidade de manifestações que vão
do debate ao testemunho, do teatro à poesia, do cinema à
universidade e à imprensa.
[
Leia a matéria na íntegra no Notícias UFRJ
]
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