Boa,
barata e própria!
Ter a casa própria é o sonho de 50% do povo brasileiro
segundo pesquisa do Instituto IBOPE realizada em julho de 2003.
Entretanto, essa conquista se torna a cada dia mais difícil
devido ao constante aumento dos preços dos materiais, especialmente
o cimento, além da recessão que afeta a economia,
reduz salários e piora as perspectivas de emprego.
Com o intuito de estabelecer uma ação contra o quadro
desanimador da habitação do país, Francisco
Casanova, professor de Engenharia Civil da UFRJ, partiu de um princípio
simples e eficaz: aproveitar o solo para a produção
de tijolos e baratear a construção civil. O processo
é explicado pelo próprio professor: “A Olaria
a frio funciona com prensa hidráulica e é capaz de
produzir 3 mil tijolos por dia. E como base para o tijolo utilizamos
o solo local, que nas condições propícias,
tem a qualidade do material convencional. A produção
desses 3 mil tijolos em três dias é o suficiente para
construir uma casa de 40 m2 com dois quartos, sala, cozinha e banheiro”.
O estudo, realizado através do grupo Geotemah alocado no
programa de Engenharia da COPPE/UFRJ, priorizou a população
mais carente que tem péssimas condições de
moradia e que ainda sofre com a falta de infra-estrutura. Casanova
relembra o início do programa: “Fui até a favela
e peguei uma pessoa carente, que vivia de favores e pensei: é
com ele que eu vou dar o exemplo. Chamei um pequeno grupo da comunidade
da favela da serrinha em Japeri, a favela mais pobre, e começamos
a construir a casa do Adão, morador do local, que ficou pronta
em duas semanas”. O exemplo deu certo e já rendeu frutos.
Atualmente o projeto foi implantado nas comunidades do Morro do
Quieto no Rio de Janeiro, dos Sem-Terra em Santa Catarina, entre
outros e faz parte do Programa de Habitação das prefeituras
de Mendes, Cordeiro e Volta Redonda, situadas no interior do Rio.
O projeto, atualmente, ganhou novo vigor com o prêmio Tecnologia
Social da Fundação Banco do Brasil, que incentiva
o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a questão
social. “Concorremos com 634 projetos e o nosso foi classificado
para ser cadastrado na Fundação como tecnologia social
para disponibilizar a tecnologia assim que requisitada por empresários
ou órgãos públicos. O interessante é
que a maior parte das concorrentes são instituições
de peso como a Embrapa, USP e agora UFRJ” constata o professor
que já orientou mais de 700 pessoas, inclusive na República
Dominicana, e que mostra como pode ser eficiente a contribuição
que a pesquisa científica pode dar à população.
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