Ponto de Vista

 
17.02.2004  
   

“...pra não se machucar no Carnaval..”

Carne vale, a palavra latina que significa “adeus a carne” e que deu origem ao nosso aportuguesado Carnaval, reúne as premissas da festa que nasceu para a despedida dos prazeres antes do período da Quaresma.
Como o próprio nome diz, é nos dias de momo que ocorrem os excessos da carne, não só no que tange a gastronomia, mas também dos prazeres do corpo, o que pode acarretar em descuidos na saúde dos foliões. Por esse motivo, ocorre a intensificação de campanhas para a prevenção da AIDS e de outras doenças contagiosas no Carnaval, como define a co-coordenadora do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do HESFA, Sandra Telles: “Por serem vários dias de feriados e festas, existe uma possibilidade maior das pessoas, em função do aumento da ingestão de álcool e da euforia, se exporem mais ao risco de contaminação pelo vírus HIV nessa época” .
Em geral o foco das campanhas prima pelo o uso da camisinha, ato conhecido, mas pouco praticado. A procura por preservativos aumenta nos dias de Carnaval e o HESFA absorve a demanda com a distribuição de 12 mil camisinhas gratuitas por mês, além da troca de seringas para usuários de drogas, o que reduz o dano do vício, impedindo a contaminação do vírus pelo uso de agulhas compartilhadas. “Esse projeto acontece desde 2002 e é um trabalho de redução de danos com o usuário de drogas. Nós temos uma troca de seringas para os viciados que não têm condições para as comprar, mas o foco é a discussão sobre redução do dano relacionado ao uso de drogas e possibilidade de infecção por doenças sanguíneas, seja HIV, seja hepatite B ou C”. constata Sandra.
O trabalho de prevenção, orientação e aconselhamento aos prováveis soropositivos é realizado durante o ano inteiro pelo CTA do Hospital Escola São Francisco de Assis que oferece também o teste gratuito e anônimo: “As pessoas estão mais ou menos compreendendo que qualquer um pode estar exposto ao vírus. O CTA está fazendo 12 anos e o balanço do nosso trabalho de implantação do serviço é muito positivo. Fazemos um serviço de testagem que é treinamento e referência para outros serviços de saúde. Temos cerca de mil pacientes por mês que variam de 700 a 900 pessoas atendidas. É um serviço que está consolidado, mas para o controle da epidemia é necessário outras medidas” avalia a co-coordenadora.

 

 

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