Olho no Olho

 
10.02.2004  
   

Polêmica das notas do vestibular
Já saiu o resultado do vestibular/UFRJ 2004, e em meio a grande expectativa dos candidatos, há muita insatisfação em relação às notas. Muitos que acharam que seu desempenho seria melhor, sentiram-se prejudicados pela banca avaliadora. Esse é o caso da candidata Maria Isabel de Andrade. A professora Déia Maria dos Santos, coordenadora geral da Comissão de Vestibular, opina sobre o assunto.

 

Maria Isabel de Andrade

A candidata ao curso de Letras Maria Isabel de Andrade se sentiu injustiçada com suas notas de inglês no vestibular 2004. Mesmo sendo aprovada no concurso, considerou a nota uma afronta aos seus anos de curso de inglês. “Este foi meu segundo vestibular para a UFRJ e também minha segunda aprovação. Em 2002 comecei a cursar psicologia mas abandonei por não me identificar com o curso. Neste mesmo ano eu ainda não havia terminado meu curso de inglês, mas não tinha problemas com notas, pois esperava tirar 8 e obtive 7,75. Eu me senti injustiçada com a nota de inglês deste ano porque esperava tirar 9 e tirei apenas 5,75. E hoje eu sou formada, tenho o certificado de Cambridge e uma pequena experiência como professora. Não acredito que tenha sido uma questão de momento, pois no mesmo dia fiz as provas de redação e de português nas quais obtive notas 10 e 7,88 respectivamente. Gabaritei as provas de língua inglesa da UFF e da Unirio e tirei 9,5 na discursiva desta última. Talvez se não fosse esta nota de inglês eu tivesse garantido mais que o segundo lugar.”

 

Professora Déia Maria

“Nós não mudamos o critério de avaliação. Ele continua o mesmo, como está descrito no manual do candidato. Cada prova é avaliada por dois avaliadores, que não tem conhecimento um do outro. É um programa de números aleatórios. Quando as notas têm uma diferença entre um avaliador e outro acima de 1,5, há uma discrepância entre eles. Essa prova volta para mais dois avaliadores e, então, obtem-se a nota final. Quando a nota é lançada ela já foi vista por mais dois avaliadores, que têm conhecimento das notas anteriores. Além disso, o aluno que discorda de uma de suas notas tem direito a revisão de prova. A prova é revista por mais dois avaliadores, que têm conhecimento das notas anteriores, e essa passa a ser a nota final, que pode ser igual, maior ou menor.
As provas são subjetivas, mas os critérios de correção têm uma direção com conteúdos básicos. Então, se a questão vale dois pontos ela pode ser desmembrada, receber meio, 0,75, ou um ponto. Esses são os critérios utilizados, que não mudaram.”
A professora falou também da correção de algumas provas, como a de redação, que leva em consideração o tema proposto. “O candidato tem de fazer uma redação com todas aquelas normas exigidas da língua portuguesa, respeitando o tema definido. A banca de português se reúne, criteriosamente, antes, e afinam-se todos os procedimentos possíveis.”

 

 

 

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