Alunos
fazem concreto com resíduos plásticos
Alunos do curso de Química e Engenharia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) querem substituir a brita usada nos blocos
de concreto por resíduos plásticos, como garrafas
PET. Os testes iniciais já demonstraram que o novo material
tem resistência para utilização nas paredes
internas das construções.
A partir do mês que vem, os primeiros blocos feitos a partir
do plástico serão fabricados por uma empresa de Nova
Friburgo, na região serrana, numa parceria com a UFRJ. Eles
serão usados na segunda fase da pesquisa.
A preocupação dos alunos envolvidos no trabalho é
encontrar um destino para o plástico.
“Cerca de 15% do lixo urbano são feitos de plástico.
É difícil calcular o impacto desse material no ambiente
porque não só o tempo de degradação
do plástico é grande como ele impermeabiliza o aterro
sanitário e impede a eliminação até
do material orgânico”, diz a professora Ana Catarina
Evangelista, da Escola Politécnica da UFRJ, uma das coordenadoras
do trabalho.
Rigidez
Inicialmente, os pesquisadores usaram nos testes lixo reciclado
por cooperativas de catadores do Aterro Sanitário de Gramacho,
em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Os catadores transformam todo o plástico recolhido em bolinhas,
que são revendidas para fábricas de cadeiras e mesas
de jardim, baldes, bacias e sacos plásticos.Os alunos da
UFRJ misturaram essas bolinhas a cimento, areia e água, substituindo
a brita na argamassa tradicional. O composto atingiu um nível
de rigidez que permite seu uso em substituição aos
tijolos nas divisórias em construções que têm
vigas, pilares e lajes feitas de concreto tradicional.
Custo
Mas o novo material ainda não pode ser usado no lugar do
concreto estrutural, que requer maior resistência. Agora,
os pesquisadores vão estudar como o composto a que eles chegaram
se comporta depois de fabricado o bloco. Ainda não foi possível
calcular se o novo material vai encarecer ou baratear o custo da
obra.
Publicado
em DCI
São Paulo, 03 de fevereiro, terça.
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