A
despoluição da Baía de Guanabara é possível?
A
Baía de Guanabara abriga 53 praias e impressiona por seu
tamanho e beleza. No entanto, encontra-se há anos em um estado
crítico de poluição. Por que parece ser tão
difícil resolver este problema?
Para o Prof. Isaac Volshan Jr. da Escola Politécnica da UFRJ,
“em áreas de alta concentração populacional,
os esgotos sanitários são os grandes responsáveis
pelo comprometimento da qualidade ambiental dos corpos d’água,
e no caso da Baía de Guanabara não é diferente”.
Isto ocorre devido à ausência de sistemas de coleta,
de transporte e tratamento e destinação final do esgoto
por carência no investimento em infra-estrutura. Esta “incapacidade”
em resolvermos esta situação é decorrente do
alto custo financeiro para realização de obras civis,
instalação de equipamentos eletro-mecânicos
e procedimentos operacionais e de manutenção.
Volshan cita alguns projetos já apresentados como o “Programa
de Despoluição da Baía de Guanabara”,
implantado pelo Governo do Estado em 1995 que levou à ilusão
de que, com o término das intervenções, teríamos
uma Baía “limpa”, o que infelizmente, não
é verdade. Assim como a despoluição também
não ocorreu com o Reconstrução-Rio, financiado
pelo banco Mundial e Ambiente-Rio, durante o Governo Collor, por
exemplo.
Contudo, ainda é possível acreditar na despoluição
na Baía de Guanabara e de suas praias.Volshan lembra da Praia
de Icaraí, em Niterói, que teve um salto de qualidade
após investimentos naquela região. Contudo, as praias
do fundo da Baía, principalmente a Bacia de Pavuna-Meriti
e a região de Ramos estão em situação
ainda mais complicada devido a enorme quantidade de esgoto sanitário
vindo da região da Avenida Brasil, limites do Rio de Janeiro
com os municípios da Baixada. A despoluição
é, portanto, a longo prazo.
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