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Tecnologia e meio ambiente no mesmo barco



Fernanda Breder

 

Unindo tecnologia, educação e meio ambiente, o Desafio Solar, rali de barcos movidos a energia solar idealizado pelo Pólo Náutico da UFRJ, chega à terceira edição. Oevento é uma oportunidade — mais amigável e menos competitiva — de compartilharconhecimento e experiências sobre energia solar. A segunda etapa desse ano foirealizada nos dias 25, 26 e 27 de maio no Hangar da UFRJ e a anterior ocorreu emSanta Catarina.

A idéia do desafio surgiu a partir do Frisian Solar Challenge, competição similar queacontece a cada dois anos na Holanda. Com o barco Copacabana, uma equipeinterdisciplinar do Pólo Náutico participou da edição de 2008, terminando em 4° lugarna categoria mais competitiva, a classe A, e em 7° no geral.

O professor Fernando Amorim, coordenador geral do Desafio Solar e tambémcoordenador da equipe que levou o Copacabana para Frisian, destaca que a principaldiferença entre as duas competições é o formato de circuito adotado pela versãobrasileira. Sua grande vantagem é estimular um processo de desenvolvimentocontínuo. Além disso, com várias etapas ao longo do ano, as equipes podem seplanejar para participarem só de algumas.

O Desafio Solar tem forte caráter universitário: são os alunos que projetam e constroemos barcos. Segundo Amorim, a equipe ideal para a competição é “uma equipeuniversitária, associada a algum grupo de pesquisa de energias renováveis ou deengenharia mecânica, engenharia elétrica, engenharia naval, ou seja, aquelas equipesque lidam com os veículos”. Cada equipe possui um coordenador e a do Pólo Náuticopresta assessoria a todas. A organização também fornece os cascos e os painéis solares: a condição para mantê-los é participar de, pelo menos, uma etapa por ano. Para não desperdiçar verbas, os painéis de equipes desistentes passam para novas equipes.

Toda a tecnologia usada tem caráter embrionário e inovador, já que as grandesempresas não se interessam em motores elétricos de baixa potência (1kw – 20 kw),dando preferência para os de alta potência, usados por trens e navios de grande porte(acima da faixa de 100kw). Porém, o esforço é importante já que há enorme demanda desses equipamentos, especialmente da agricultura familiar e da navegação de pequeno porte próxima à costa.

Fernando Amorim explicou que a etapa do Hangar teve saldo positivo. Além daproximidade, há a vantagem do baixo custo, inclusive para as equipes: a própriaorganização forneceu acomodação e alimentação. Nos próximos anos, o lugar deve ser utilizado novamente, com possíveis melhorias no alojamento. Ainda para este ano, planejam-se mais duas etapas: uma em Cabo Frio e a tradicional etapa de Paraty.