Tome Nota

Oficinas Terapêuticas: espaço para manifestar a individualidade



Vanessa Raposo - AgN/Praia Vermelha

Contrapondo-se ao modelo asilar tradicional de “sequestro” do paciente com transtornos mentais do convívio social, a proposta de reforma psiquiátrica oferece um modelo aberto em que não se procura esconder o “louco”. Em vez disso, procura a reintegração da pessoa ao ambiente social, familiar e, quando possível, profissional. É o que defende a Oficina Palavrear do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB).

Criada há quinze anos, a oficina é formada por pacientes das enfermarias, do ambulatório e do hospital-dia do IPUB. Funciona todas as quartas-feiras, das 10h às 11h. Nela, os 12 participantes semanais escrevem, falam e registram as emoções, sem serem interrompidos ou terem as sensações menosprezadas. Alguns chegam a receber alta após certo tempo.

O fio-condutor do projeto, segundo Rochelle Gabbay, doutora cuja tese defendida em 2008 intitula-se “Oficina Palavrear: dos rastros da palavra à emergência do sujeito”, seria a busca pela “palavra, pelo discurso do próprio paciente, bem como a maneira como ele fala de seu sofrimento, das vozes que ouve. Enfim, como ele manifesta sua subjetividade”. E reitera: “As pessoas às vezes se esquecem de que se trata de um indivíduo único”.

O IPUB fica localizado na avenida Venceslau Brás, 71, Fundos, Urca, Rio de Janeiro.