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UFRJ e UFGD fazem parceria para estudar fronteiras do país

Vanessa Sol


A UFRJ e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) firmaram um convênio de cooperação acadêmica entre os programas de pós-graduação dos cursos de Geografia de ambas as universidades. Através do convênio, elas irão desenvolver um trabalho de pesquisa sobre as fronteiras do Brasil com países da América do Sul. Entre as áreas delimitadas para o estudo estão Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no estado do Mato Grosso do Sul, no Brasil. O projeto terá a duração de quatro anos, terminando somente em 2012.

A medida de cooperação é incentivada pela Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes), através de publicação de editais, para que os programas de excelência com conceito 7, como o Programa de Pós-graduação de Geografia da UFRJ, possam ajudar cursos recém-iniciados, como é caso da pós-Graduação stricto sensu em Geografia da UFGD a impulsionar seus programas de pesquisa.

Criada em 2006, a UFGD era um dos campi da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, na cidade de Dourados. Segundo Lisandra Lamoso, professora dos cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu em Geografia da instituição, o estudo sobre fronteiras na universidade onde leciona ainda não atingiu um elevado grau de maturidade, sendo esse também um dos motivos para a cooperação entre os dois programas de pós-graduação. “Na UFGD, ainda não temos o desenvolvimento de um trabalho extenso sobre fronteiras. No entanto, na UFRJ, a discussão já está muito avançada, principalmente com as pesquisas desenvolvidas pelo Grupo Retis, coordenado pela professora Lia Osório, do Instituto de Geociências da UFRJ, que fez um mapeamento das fronteiras no país embasado por uma discussão teórica e trabalho de campo”, explica.

A professora, que chegou em julho deste ano à UFRJ e foi a primeira docente a vir para o pós-doutorado através do convênio, destaca que a integração entre as cidades fronteiriças vem passando por um processo de interação nos últimos dez anos. Esse aspecto, na opinião dela, que é também um dos fatores relevantes para o estudo das fronteiras, é “reflexo da política de integração adotada pelo governo federal, que prevê o fortalecimento dos laços entre os países da América Latina”.

A pesquisa realizada na fronteira de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã fará um diagnóstico do comércio varejista da região e apontará as possibilidades de integração formal entre as duas cidades através desse setor e do de serviços. Entre outros temas,  também está contemplado no projeto  o desenvolvimento de trabalhos relacionados ao tráfico de drogas na região, à informalidade e ao meio ambiente. Lisandra Lamoso explica ainda que a relevância do estudo está na “cooperação que pode existir na fronteira, entendida como limite até o final da ditadura militar, e que agora é pensada como ponto de interação entre os países vizinhos”.

Cooperação

A parceria entre as duas universidades prevê um acordo de cooperação de projetos de pesquisa e interação acadêmica. Para isso, foi assinado um acordo de intercâmbio de pesquisadores entre elas. Na elaboração da proposta do projeto, definiu-se que quatro professores da UFGD virão à UFRJ fazer o pós-doutorado e estudantes de mestrado de Geografia da UFGD também cursarão disciplinas no Instituto de Geociências da UFRJ. O professor Frédéric Monié, do Instituto de Geociências (Igeo/UFRJ), é quem ministrará aulas para os mestrandos de Geografia da UFGD, até o dia 13 de novembro, e realizará com eles trabalho de campo na fronteira do Brasil com o Paraguai.